Repórter
Publicado em 20 de novembro de 2025 às 21h13.
Última atualização em 20 de novembro de 2025 às 21h23.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, avaliou como um avanço concreto a decisão do governo dos Estados Unidos de remover a tarifa de 40% aplicada a 238 produtos agrícolas brasileiros. Para ele, a medida reforça a importância da relação bilateral de mais de 200 anos entre os dois países e sinaliza espaço para melhorar os termos gerais de comércio.
“Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano”, afirmou Alban.
Entre os produtos beneficiados estão carne bovina, café e cacau, itens de consumo comum da população norte-americana. Segundo o presidente da CNI, a medida devolve competitividade aos produtores brasileiros, que haviam sido prejudicados pela remoção de tarifas recíprocas de 10% na semana anterior.
Alban destacou que o resultado abre caminho para novas etapas de negociação, especialmente em relação a bens industriais. “A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entrada de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos”, disse.
Em setembro, a CNI liderou missão empresarial a Washington com 130 empresários brasileiros para tratar do tema. Desde o início da aplicação das tarifas, a entidade tem mobilizado o setor privado e interlocutores americanos para facilitar o diálogo entre autoridades dos dois países.
Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira, 20, que irão retirar as tarifas de 40% impostas pelo presidente Donald Trump para alguns produtos brasileiros. Entre eles estão alguns cortes de carnes, castanhas e o café — item que o agro brasileiro há muito aguardava ser retirado da lista.
Segundo comunicado publicado no site oficial da Casa Branca, as negociações entre Trump e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda estão caminhando.
"Após analisar as informações e recomendações que me foram fornecidas por esses funcionários e o andamento das negociações com o Governo do Brasil, entre outros fatores, determinei ser necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem", afirmou Trump na ordem executiva.