Economia

Roubini considera “loucura” austeridade europeia

Vouchers de viagem para a população e isenção fiscal para compra de casas de veraneio nos países em crise são parte da fórmula do famoso economista para a União Europeia

Roubini volta a criticar austeridade europeia. "O governo alemão deve entregar a cada residente um voucher de viagem de mil euros", afirmou a jornal da Alemanha (Evan Kafka/EXAME.com)

Roubini volta a criticar austeridade europeia. "O governo alemão deve entregar a cada residente um voucher de viagem de mil euros", afirmou a jornal da Alemanha (Evan Kafka/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 16h28.

São Paulo - Em entrevista ao jornal alemão Bild publicada nesta terça-feira, o famoso economista Nouriel Roubini – conhecido por antever a crise dos subprimes de 2008 – criticou severamente o plano de austeridade europeu, aumentando o coro de que o ajuste fiscal rigoroso só traz mais recessão.

“A loucura para economizar precisa parar”, disse Roubini, para quem a fórmula para a crise passa por diminuir impostos e aumentar salários.

As declarações ao jornal alemão atingem principalmente a chanceler Angela Merkel, a principal defensora da austeridade como forma de equilibrar as finanças das nações em crise.

“O governo alemão deve entregar a cada residente um voucher de viagem de mil euros. No entanto, ele só deverá ser usado para as férias em países em crise. Isso ajudará a impulsionar o crescimento lá. Além disso, quem comprar uma casa de veraneio em algum país europeu do sul deve ter isenções fiscais”, acrescentou o economista norte-americano.  

Roubini defendeu ainda a emissão massiva de euros de maneira a deixar a moeda em paridade com o dólar, aumentando a competitividade da Itália, Espanha e Grécia no cenário mundial. E finalizou de forma irônica ao dizer que Angela Merkel poderia ser “presidente da nova Europa“ caso a zona do euro conseguisse implementar as medidas por ele sugeridas.

Estas consistiriam em unificar o sistema bancário de todos os países com uma autoridade central de regulamentação em um plano de transição que duraria de cinco a 10 anos.

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