Economia

Serasa: endividamento levou a menos gastos em supermercados

Em 2011, os grandes supermercados apresentaram queda na evolução das vendas de 0,6% em relação a 2010

Supermercado Sonda: Em 2011 houve um esgotamento de crédito entre os brasileiros, intensificado pela crise internacional (Divulgação)

Supermercado Sonda: Em 2011 houve um esgotamento de crédito entre os brasileiros, intensificado pela crise internacional (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2012 às 14h13.

São Paulo – O consumo nos supermercados brasileiros ficou praticamente estável em 2011, na comparação com 2010, segundo levantamento feito pela empresa de consultoria Serasa Experian. A principal razão desse resultado foi o endividamento dos consumidores. “A explosão de consumo que houve nesses últimos anos, lastreada em crédito, fez com que as famílias ficassem mais endividadas”, explica o gerente de Análise de Crédito da Serasa, Márcio Torres.

O levantamento de 2011 considerou os balanços registrados na base de dados da Serasa, entre janeiro e abril de 2012. Os grandes supermercados apresentaram queda na evolução das vendas de 0,6% em relação a 2010. Já os médios e pequenos tiveram crescimento de 0,1%. Márcio Torres atribuiu o melhor índice dos estabelecimentos de menor porte ao fato de estarem mais espalhados e conseguirem atender a um maior número de clientes. “Eles estão muito mais perto do consumidor final do que os grandes.”

De 2009 a 2010, o Brasil registrou alto crescimento econômico, refletindo “o desempenho da renda e do emprego da população”, lembrou Torres. Em 2011, porém, houve um esgotamento de crédito entre os brasileiros, intensificado pela crise internacional. Por essa razão, o consumidor dos supermercados mostrou-se mais cauteloso. “As pessoas são muito mais racionais na hora de ir ao supermercado do que antes, até para evitar gastar mais do que devem”, disse o gerente.

Para o segundo semestre deste ano, a expectativa de Torres é que haja retorno do crescimento econômico, nos moldes do que ocorreu em 2008. Após a crise que afetou o país naquela época, o consumo interno aquecido ajudou a economia a se fortalecer. “A única diferença é que, agora, as famílias estão mais endividadas. Mas esse cenário de endividamento tende, aos poucos, a se normalizar ”, destacou.

No acumulado dos últimos cinco anos, os supermercados apresentaram evolução de 49,4% (médios e pequenos portes) e 41,1% (grande porte), enquanto o comércio em geral cresceu 40,8% no mesmo período.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoDívidas pessoais

Mais de Economia

MP do crédito consignado para trabalhadores do setor privado será editada após o carnaval

Com sinais de avanço no impasse sobre as emendas, Congresso prevê votar orçamento até 17 de março

Ministro do Trabalho diz que Brasil abriu mais de 100 mil vagas de emprego em janeiro

É 'irrefutável' que vamos precisar de várias reformas da previdência ao longo do tempo, diz Ceron