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Sindicato convoca assembleias regionais contra mudança no estatuto do IBGE

Minuta foi apresentada pela direção aos funcionários no início do mês. Categoria teme concentração de poder na presidência do instituto

Agência o Globo
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Publicado em 19 de setembro de 2025 às 19h15.

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No início do mês, a presidência do IBGE, virtualmente, apresentou aos funcionários uma minuta para mudança do estatuto do órgão, de 2002. A divulgação do documento é mais um capítulo da difícil relação que o presidente Marcio Pochmann vive com o corpo de funcionários do instituto de estatística, desde que assumiu em agosto de 2023. O principal temor, segundo o sindicato da categoria, é haver centralização, já que a proposta da direção unifica diretorias, que funcionam como um colegiado na gestão.

"Pela alteração proposta, o presidente do IBGE passaria a ter carta branca para unificar diretorias hoje existentes, dividir, alterar suas atribuições e redistribuir cargos entre elas, sem se submeter ao escrutínio público, técnico e jurídico envolvido na produção de um decreto presidencial." (obrigatório para mudanças no estatuto), diz a convocação da Assibge.

Segundo Clician de Oliveira, diretora do Assibge, o sindicato nacional dos funcionários do IBGE, os núcleos estaduais foram convocados a fazerem assembleias para avaliar a minuta e apresentar uma posição para uma reunião da direção nacional, ainda sem data marcada, e ver quais medidas tomar para impedir as mudanças propostas pela presidência:

— Assibge encaminhou convocação para todos os núcleos no país para realização de assembleias, para discutir a minuta de alteração no estatuto. O objetivo é debater com propostas alterações no estatuto, ações de resistência e a crítica à proposta de estatuto.

Em nota, a presidência do IBGE diz que "o Conselho Diretor do IBGE apresentou uma minuta submetida para o debate, na forma do art. 29 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). É a primeira vez na história do IBGE que a revisão de um estatuto é debatida previamente com os servidores e servidoras".

Segundo Clician, a proposta apresentada representa uma centralização de poder nas mãos do presidente Marcio Pochmann, por extinguir as diretorias, como a de Geociências, a de Pesquisas e de Tecnologia de Informação e o Centro de Divulgação e Disseminação de Informação (CDDI).

— A proposta centraliza poder e retira o caráter colegiado de gestão do IBGE, o diretor passa a ser de assessoramento, rebaixado. Unifica as diretorias técnicas numa grande área técnica. E qualquer mudança será feita no regimento interno.

Segundo a diretora do sindicato, mudanças no regimento interno não precisam passar por decreto presidencial, o que dá mais liberdade ao presidente.

Criação de uma Fundação, chamada de IBGE+, foi um dos pontos de maior tensão entre os funcionários e a direção, a ponto de a medida ter sido suspensa. E vários diretores pediram exoneração do cargo, mesmo os que foram indicados por Pochmann.

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