Economia

Governo Lula faz primeira reunião com gestão Trump após tarifas sobre aço e alumínio

Desde a última quarta-feira, 12, o Governo de Trump estabeleceu, sem exceções, a taxa de 25% sobre o aço e o alumínio vindo de todos os países parceiros — o Brasil incluído

Tarifas de Trump: nova reunião acontece nesta sexta-feira (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Tarifas de Trump: nova reunião acontece nesta sexta-feira (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 14 de março de 2025 às 07h19.

Última atualização em 14 de março de 2025 às 07h43.

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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva se reúne na manhã desta sexta-feira, 14, com representantes do governo dos Estados Unidos para discutir a imposição de tarifas adicionais sobre o aço e o alumínio brasileiros. Ainda não há propostas concretas de contrapartida.

Desde a última quarta-feira, 12, o Governo Trump estabeleceu, sem exceções, a taxa de 25% sobre o aço e o alumínio vindo de todos os países parceiros — o Brasil incluído. A equipe técnica do governo Lula agora calcula o impacto potencial dessas medidas para definir quais ações de retaliação seriam mais eficazes e viáveis.

Como mostrou EXAME, a palavra de ordem nos bastidores do governo tem sido cautela. Nas conversas com empresários brasileiros do setor de aço e alumínio, o governo tem ouvido pedidos de atenção para que eventuais retaliações do Palácio do Planalto não azedem as relações comerciais entre os dois países.

Um grupo jurídico do governo também avalia a possibilidade de adotar retaliações por meio de um decreto presidencial — o que evitaria a necessidade de aprovação pelo Congresso.

A reunião será realizada no Itamaraty com secretários do Ministério de Indústria e Comércio e de Relações Exteriores e emissários do Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer. Geraldo Alckmin e Mauro Vieira não comparecerão.

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Além de adotar a taxa de 25%, os EUA também cancelaram todos os acordos vigentes até então. O Brasil, por exemplo, tinha um acerto de cotas de importação com o governo americano.

Segundo o Itamaraty, a medida terá "impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA". Em 2024, o volume foi da ordem de US$ 3,2 bilhões. A nota também menciona que os EUA mantêm um superávit comercial de longa data com o Brasil, que foi, em 2024, da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens.

A primeira reunião bilateral com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, foi um sinal de que as negociações seguirão, mas o governo americano não conseguiu convencer o presidente Trump a suspender as tarifas antes do prazo estipulado.

Se as tarifas adicionais forem mantidas, o Brasil estará pronto para tomar medidas de reciprocidade, que ainda devem ser apresentadas ao presidente Lula nos próximos dias. Até então, a estratégia de retaliação brasileira deve permanecer em análise.

(Com Agência O Globo)

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