Agência de notícias
Publicado em 3 de agosto de 2025 às 16h01.
As novas tarifas de Donald Trump são "praticamente definitivas" e está descartada a possibilidade de uma renegociação imediata, inclusive com o Brasil, afirmou o representante comercial dos Estados Unidos, que também defendeu as medidas comerciais do presidente contra as importações brasileiras.
"Estas tarifas são praticamente definitivas", declarou Jamieson Greer em uma entrevista pré-gravada exibida neste domingo pelo canal CBS.
Ao ser questionado sobre possíveis negociações para reduzi-las, Greer considerou que é improvável que ocorram "nos próximos dias".
Trump assinou na quinta-feira a ordem executiva que estabelece o nível das novas tarifas, que afetarão dezenas de países e que variam entre 10% e 41%. As novas tarifas de importação entrarão em vigor para a maioria dos países na próxima quinta-feira, dia 7, para que as Alfândegas tenham tempo de preparação para a cobrança. Os produtos da União Europeia (UE), Japão e Coreia do Sul serão taxados em 15%, os produtos do Reino Unido em 10%. A Indonésia enfrentará uma tarifa de 19% e Vietnã e Taiwan de 20%.
Para o presidente republicano, as tarifas também são um meio de pressão política.
O Brasil, que na visão de Trump é culpado de levar à Justiça seu aliado de extrema-direita Jair Bolsonaro, verá seus produtos exportados para os Estados Unidos afetados por uma tarifa de 50%, que começam a valer na quarta-feira, dia 6.
"O presidente observou no Brasil, como em outros países, um abuso da lei, um abuso da democracia — enfatizou o representante comercial dos Estados Unidos. — É normal utilizar estas ferramentas (tarifas) por razões geopolíticas", acrescentou Greer.
Já o principal conselheiro econômico de Trump, Kevin Hassett, disse ao canal NBC neste domingo que, para as oito economias com as quais o governo dos Estados Unidos já assinou acordos, incluindo UE e Japão, as tarifas "estão mais ou menos definidas".
Hassett acrescentou que, para as outros parceiros comerciais com os quais ainda não foi alcançado um acordo, "esperamos que as negociações prossigam".
Podemos ver claramente as linhas gerais do plano comercial do presidente nas tarifas — comentou Greer, concluindo que o presidente americano "foi eleito para avaliar a situação dos assuntos exteriores nos Estados Unidos e tomar as medidas apropriadas".