Boeing 777 da Emirates, que marcou a milésima entrega do modelo (Boeing/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 30 de junho de 2025 às 10h25.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) lançou uma plataforma para conectar produtores de SAF (Combustível Sustentável de Aviação, na sigla em inglês) a empresas interessadas no produto. O serviço se chama SAF Matchmaker.
As empresas aéreas querem adotar o SAF para poderem atender metas de redução de emissões. No entanto, a produção do combustível ainda é muito baixa frente à demanda.
Na plataforma, as empresas poderão encontrar ofertas de fornecedores e seus contatos, para negociarem compras imediatas ou encomendas futuras do produto.
“Para atingir zero emissão líquida de carbono até 2050, precisamos de um mercado de SAF acessível, transparente, fluido e eficiente", afirmou Marie Owens Thomsen, vice-presidente sênior de sustentabilidade e economista-chefe da Iata, em comunicado.
"A plataforma SAF Matchmaker vai acelerar a adoção de SAF, reduzindo os custos e a complexidade que as companhias aéreas enfrentam ao buscar fornecedores de SAF”, diz Thomsen.
O SAF (Combustível Sustentável de Aviação, na sigla em inglês) é um produto que busca substituir o querosene como principal combustível usado por grandes aviões.
O produto tem origem vegetal e pode ser feito a partir de vários tipos de biomassa, como cana-de-açúcar e milho. Ele pode ser colocado nos aviões atuais, que usam querosene, sem precisar de adaptações.
O Brasil tem potencial para ser um grande produtor de SAF, por estar avançado na produção de biocombustíveis, especialmente o etanol e o biodiesel.
Em 2025, a expectativa da Iata é que a produção de SAF atinja 2 milhões de toneladas, o dobro do ano passado. No entanto, isso representa apenas 0,7% do total de combustível usado na aviação global.
Um dos entraves para o uso do SAF é que ele custa bem mais caro do que o querosene. Uma tonelada de SAF pode custar entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,7 bilhão, segundo o site ESG Today.