Economia

UE ameaça suspender ajuda à Hungria por déficit excessivo

País corre o risco de perder as verbas a partir de 2013 se não tomar medidas contra o endividamento

Budapeste, na Hungria: país corre risco de ser punido pela UE (Hannah Gleghorn/Stock.xchng)

Budapeste, na Hungria: país corre risco de ser punido pela UE (Hannah Gleghorn/Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2012 às 16h22.

Bruxelas - Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) sinalizaram nesta terça-feira sobre a possibilidade de punir a Hungria devido ao país não ter tomado as medidas necessárias para corrigir os desvios do déficit público, seguindo uma recomendação da Comissão Europeia (órgão executivo do bloco).

O Ecofin, conselho que engloba os ministros de Finanças da UE, apoiou a recomendação da Comissão Europeia do último dia 11 de suspender, a partir de janeiro de 2013, os fundos de coesão concedidos à Hungria, após a constatação de que Budapeste não fez o suficiente para corrigir os desvios de maneira sustentável.

A advertência do Ecofin foi feita nesta terça-feira, em entrevista coletiva, pela ministra de Finanças e de Interior da Presidência rotativa da UE, a dinamarquesa Margrethe Vestager.

Foi a primeira decisão corretiva tomada pelo Ecofin e pela Comissão Europeia baseada nas novas normas do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) do bloco que entraram em vigor no dia 13 de dezembro do ano passado, dentro do chamado 'six pack' - pacote de governança econômica -, numa tentativa de reforçar a fiscalização das finanças nacionais por parte da UE.

O déficit húngaro em 2011 ficou em 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB), mas Bruxelas considera que o número responde à inclusão de elementos excepcionais no cálculo e de medidas pontuais que escondem 'uma severa deterioração' das contas públicas.

Esses elementos, muitos dos quais estiveram vinculados à transferência de ativos de sistemas de aposentadorias privadas ao Estado, somam 10% do PIB.

O comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, indicou nesta terça-feira em entrevista coletiva que, sem essa 'maquiagem', o déficit teria atingido 6% do PIB em 2011.

Como a Hungria não faz parte da zona do euro, a Comissão Europeia não poderá propor multas econômicas ao país, mas sim uma suspensão dos compromissos previstos no marco dos fundos de coesão.

O Fundo de Coesão é um instrumento estrutural que ajuda os países-membros da UE, desde 1994, a reduzir a disparidade econômica e social e a estabilizar suas economias. Destinado aos países com menor PIB per capita do bloco, ele financia até 85% das despesas elegíveis de projetos importantes relativos a meio ambiente e infraestrutura de transportes. 

Acompanhe tudo sobre:Déficit públicoEndividamento de paísesEuropaHungriaUnião Europeia

Mais de Economia

Câmara aprova projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal

Alckmin se reúne hoje novamente com empresários para discutir tarifas de Trump

Após reunião sem acordo, Haddad fala em 'solução rápida' para o IOF

Reunião no STF termina sem acordo entre governo e Congresso sobre IOF