Economia

União Europeia lança ofensiva contra desemprego juvenil

O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, pediu aos países europeus para concretizar medidas para reativar o "crescimento e o emprego"


	Jovem protesta contra desemprego na Espanha: Enrico Letta pediu à UE que na cúpula de junho sejam apresentadas "medidas concretas" contra o desemprego juvenil, "um pesadelo em seu país e na Europa".
 (AFP)

Jovem protesta contra desemprego na Espanha: Enrico Letta pediu à UE que na cúpula de junho sejam apresentadas "medidas concretas" contra o desemprego juvenil, "um pesadelo em seu país e na Europa". (AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2013 às 17h22.

Bruxelas - A União Europeia (UE) lançou uma ofensiva contra o desemprego juvenil "com um plano ambicioso", que será debatido na cúpula europeia de junho, para acabar com um pesadelo crescente no continente, em particular na Espanha.

O presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, pediu aos países europeus para concretizar medidas para reativar o "crescimento e o emprego".

"Seria importante reforçar nosso plano para reativar o crescimento em junho, com um plano mais ambicioso de combate ao desemprego entre os jovens", disse Barroso em coletiva de imprensa com o novo chefe de governo italiano, Enrico Letta.

Barroso alertou, contudo, que o plano da UE não basta para resolver o problema. "É preciso continuar com a política de correção dos déficits excessivos com reformas e medidas que estimulem a competitividade de nossas economias e que a curto prazo voltam a dar esperança".

Letta pediu à UE que na cúpula de junho sejam apresentadas "medidas concretas" contra o desemprego juvenil, "um pesadelo em seu país e na Europa".

"Pediremos, sobretudo, que a luta contra o desemprego juvenil seja a mensagem mais importante e concreta que saia do Conselho Europeu de junho", disse Letta, em sua primeira visita a Bruxelas após assumir o governo, como parte de sua viagem pela Europa, após Alemanha e França.

Segundo os últimos dados, mais de 19 milhões de pessoas (12,1%) estavam sem trabalho na zona do euro em março, uma tragédia para um bloco abalado pela recessão e por medidas de austeridade que afetam particularmente a Espanha, Grécia, Portugal e Itália.


Os dados são especialmente ruins para os mais jovens: 23,9% deles estava sem trabalho na zona do euro, comparado com 22,3% em fevereiro de 2012, segundo as últimas estimativas do escritório de estatísticas europeu, Eurostat, mas são particularmente desoladores na Espanha (quase 56%), Portugal (38,3%) e Itália (38,4%). Na Grécia, mais de 59% dos jovens menores de 25 anos estavam sem trabalho em dezembro.

Em um contexto cada vez mais difícil, o presidente italiano voltou a insistir sobre a necessidade de avançar na união bancária.

"Não podemos decidir coisas que depois não são colocadas em prática nunca", disse.

Durante a visita de Letta à França, os dois países pediram avanços na "união bancária" e que este seja o tema central da próxima cúpula europeia.

A UE deve ter "o mesmo empenho sobre o crescimento que sobre a estabilidade (financeira) da zona do euro", afirmou o presidente francês, François Hollande, em coletiva de imprensa conjunta com Letta, em meio a um debate sobre a austeridade impulsionada pela Alemanha.

Dentro do orçamento da UE para o período 2014-2020, Bruxelas previu "uma iniciativa para os jovens" dotada de 6 bilhões de euros, para as regiões onde a taxa de desemprego superar 25%.

As taxas mais altas de desemprego são de três dos países que receberam ajuda financeira internacional em troca da adoção de planos de austeridade - Grécia, Espanha (ajuda aos bancos) e Portugal -, e não se espera que a tendência seja invertida a curto prazo.

Ao aumento do desemprego se soma ao anúncio na terça-feira de uma nova redução na inflação da zona do euro, que se situou em 1,2% na comparação anual em abril, após registrar 1,8% em fevereiro e 1,7% em março, segundo a Eurostat.

A redução do ritmo inflacionário acrescentou pressão política para que o Banco Central Europeu (BCE) reduzisse nesta quinta-feira sua taxa básica em 0,25%, a 0,5%, em um novo mínimo histórico, a fim de estimular a economia do bloco.

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