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União Europeia quer evitar enxurrada de alumínio em seu mercado com barreiras tarifárias nos EUA

Bloco deve abrir investigação de mercado hoje para proteger sua já frágil indústria com semiacabados mais baratos

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 18 de março de 2025 às 20h02.

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A União Europeia deve anunciar nesta quarta-feira, 19, a abertura de uma investigação que pretende proteger seu enfraquecido setor de alumínio contra uma possível enxurrada de importações baratas por causa das tarifas impostas pelos Estados Unidos a esse tipo de produto semiacabado que ingressa no país, segundo um documento ao qual a AFP teve acesso.

O objetivo da UE é evitar que produtos que percam acesso ao mercado norte-americano devido às tarifas sejam redirecionados para a UE, onde poderiam causar distorções em um setor industrial já fragilizado.

As tarifas de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio entram em vigor neste mês, e a UE já adiantou que adotará retaliações contra produtos dos EUA.

No documento visto pela AFP, a UE lista os desafios enfrentados pelos mercados de aço e alumínio além das tarifas, como os altos custos de energia, a concorrência internacional agressiva e a “carga regulatória”.

Em uma situação semelhante, a UE já implementou medidas para a indústria do aço, incluindo limites às importações, que permanecerão em vigor até junho de 2026, e agora se prepara para fazer o mesmo com o alumínio.

"As tarifas recentemente anunciadas pelos EUA sobre o alumínio podem agravar ainda mais a situação, dada a ameaça significativa de desvio de produtos vindos de vários destinos", aponta o documento, que ainda pode ser alterado antes da publicação.

"Por isso, a Comissão (Europeia, braço executivo da UE) começou a reunir as provas necessárias com vistas a utilizar os instrumentos de defesa comercial", afirma o texto.

As ferramentas de defesa comercial à disposição da UE incluem uma investigação sobre qualquer aumento das importações de alumínio, o que pode levar à adoção de contramedidas, incluindo restrições às importações.

O documento indica que Bruxelas introduziria “uma medida de longo prazo que forneça um nível de proteção altamente eficaz ao setor de aço da UE”.

O setor metalúrgico da UE recebeu más notícias no final de 2024. A gigante siderúrgica alemã Thyssenkrupp anunciou planos para cortar 11 mil postos de trabalho em sua divisão de aço, enquanto a ArcelorMittal adiou seus investimentos em descarbonização em toda a Europa.

A indústria siderúrgica europeia atualmente emprega mais de 300 mil pessoas na UE, mas perdeu quase 100 mil postos de trabalho nos últimos 15 anos.

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