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Boulos defende pacto nacional por desenvolvimento e vê ‘cegueira ideológica’ 

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República tomou posse na última quarta-feira, 29

Deputado federal licenciado pelo PSOL, Boulos substitui Márcio Macêdo no cargo (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

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Publicado em 4 de novembro de 2025 às 21h12.

Quase uma semana após ser empossado como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos afirmou que o Brasil precisa “reafirmar um projeto nacional” capaz de unir diferentes setores em torno do desenvolvimento soberano. Em evento realizado na segunda-feira, 3, em Brasília, o novo ministro destacou que “não é possível que uma cegueira ideológica de determinados setores impeça e obstrua o desenvolvimento nacional”.

Deputado federal licenciado pelo PSOL, Boulos substitui Márcio Macêdo no cargo. Ele abordou o cenário internacional e as transformações econômicas que, segundo ele, exigem do Brasil um novo projeto de desenvolvimento. Boulos destacou que o País não pode continuar dependente das commodities e defendeu a retomada da industrialização. 

“É impossível ter indústria nacional com juros de 15% ao ano. O Brasil tem um dos menores riscos da América Latina e os maiores juros. Isso não se sustenta”, afirmou. O ministro também alertou para a disputa entre Estados Unidos e China, que, em sua visão, marca o fim do ciclo de livre comércio e o retorno do protecionismo. “O mundo está se voltando a investir em pesquisa, desenvolvimento e soberania digital. O Brasil precisa construir sua infraestrutura tecnológica e decidir se quer exportar matéria-prima bruta ou agregar valor com uma cadeia produtiva nacional”, disse.

‘Projeto soberano’

Boulos citou ainda a necessidade de uma “pactuação” entre governo, empresários e trabalhadores para garantir o desenvolvimento sustentável e o enfrentamento das desigualdades. “Não podemos continuar presos a debates ideológicos esvaziados enquanto o mundo se reorganiza. É preciso unir o País em torno de um projeto soberano”, defendeu.

O novo ministro reforçou, ainda, a importância de enfrentar o crime organizado com inteligência e não com “populismo à base de sangue”. Para ele, o combate deve atingir as estruturas de lavagem de dinheiro e financiamento ilícito. “O governo do presidente Lula é o mais forte no combate ao crime organizado que o País já teve. Precisamos investir nisso, de forma firme e humana, sem demagogia com a vida das pessoas”, concluiu.

Como primeira agenda oficial, o ministro viajará a Belo Horizonte na próxima quarta-feira, 5, para participar do ato que marca os dez anos do rompimento da barragem de Mariana (MG). O evento, organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), lembrará a tragédia ambiental que deixou 20 mortos e destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em 2015. No local, Boulos também deve receber a pauta de reivindicações dos atingidos e discutir medidas de reparação.

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