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Indústria nacional precisa de uma seção 232 para se fortalecer?

Mecanismo de barreira governamental, nos moldes da legislação dos Estados Unidos, pode ser alternativa na visão de especialista

Dispositivo legal pode ser alternativa interessante para o Brasil superar gargalos de competitividade que travam a expansão de sua base industrial (José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)

Dispositivo legal pode ser alternativa interessante para o Brasil superar gargalos de competitividade que travam a expansão de sua base industrial (José Paulo Lacerda/CNI/Divulgação)

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Publicado em 20 de maio de 2025 às 21h02.

Criada em 1962, no contexto político da Guerra Fria, a Lei de Expansão Comercial dos Estados Unidos prevê um mecanismo conhecido como Seção 232, que estabelece restrições a importações de artigos que possam representar algum tipo de ameaça à segurança nacional.

Na avaliação do advogado Celso Henrique Cadete de Figueiredo, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP) e colíder no Barral Parente Pinheiro Advogados, esse tipo de gesto tem como foco a preservação da segurança econômica e produtiva, e pode ser uma alternativa interessante para o Brasil superar gargalos de competitividade que travam a expansão de sua base industrial.

“Logo no começo da pandemia teve falta de luva, de máscara. A gente importava álcool em gel. A gente não produzia. Ter uma indústria bem instalada em um país com proporções continentais como o Brasil é fundamental para a gente não ser um país importador”, afirmou. “Não adianta uma agenda de industrialização quando eu não consigo ter manutenção, dado o que está vindo em relação ao comércio internacional e a dificuldade de exportar para um mercado como o dos Estados Unidos”, relatou.

Aço e alumínio 

A legislação brasileira prevê mecanismos de defesa comercial, para evitar práticas desleais de comércio, como o dumping, que é quando um país exporta com um preço abaixo do mercado de origem. No caso da seção 232, ato realizado diante da geopolítica para manutenção de indústria voltada para defesa e segurança nacional, aço e alumínio estão na lista dos principais artigos cuja importação é preservada pela barreira governamental. O setor automotivo também já foi alvo de uma investigação do governo dos Estados Unidos.

“A gente entrou em uma nova era e essas medidas podem não ser suficientes. O atrito está tão grande entre Estados Unidos e China, desde o governo anterior de Donald Trump, que esse tarifaço atual fecha o maior mercado consumidor do mundo para os produtos chineses”, prosseguiu. “É uma decisão do presidente dos Estados Unidos aplicar ou não a seção 232. Ele pode indicar se determinado segmento é ou não é vital para a segurança e defesa de seu país”, contextualizou Figueiredo. 

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