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Por que a Etiópia foi escolhida como sede da COP32

Nação africana tem demonstrado vocação para o multilateralismo, e tem sido sede de diversas conferências internacionais

Durante as negociações na capital paraense, os países participantes avançaram na definição das futuras sedes e confirmaram a Etiópia como anfitriã da COP32, em 2027 (Leandro Fonseca /Exame)

Durante as negociações na capital paraense, os países participantes avançaram na definição das futuras sedes e confirmaram a Etiópia como anfitriã da COP32, em 2027 (Leandro Fonseca /Exame)

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Publicado em 26 de novembro de 2025 às 21h28.

Após o fim da COP30 em Belém, os olhares do mundo se voltam agora às próximas edições da conferência do clima. Durante as negociações na capital paraense, os países participantes avançaram na definição das futuras sedes e confirmaram a Etiópia como anfitriã da COP32, em 2027. A escolha representa um marco para o continente africano e consolida o papel do país como um dos centros diplomáticos mais ativos da região.

A decisão foi tomada por unanimidade entre as nações africanas, que haviam recebido também a candidatura da Nigéria. Para a capital Adis Abeba — sede da União Africana (UA) e palco frequente de grandes encontros multilaterais — a escolha reforça a relevância política que a Etiópia vem ganhando. 

Nos últimos anos, a nação sediou mais de 150 conferências internacionais e organizou a II Cúpula do Clima da África, que reuniu mais de 26 mil participantes e resultou na Declaração de Adis Abeba, documento que unificou a posição do continente nas negociações climáticas.

O governo etíope atribui a escolha à combinação entre infraestrutura, experiência diplomática e compromisso ambiental. O país tem investido em políticas de transição verde, como o programa “Legado Verde”, voltado ao reflorestamento e à ampliação de fontes renováveis de energia. O embaixador da Etiópia no Brasil, Leulseged Tadese Abebe, afirmou em Belém que os preparativos logísticos e técnicos já começaram.

Agendas bilaterais

A relação entre Etiópia e Brasil também ganhou destaque recentemente. Em fevereiro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Adis Abeba para uma série de agendas bilaterais e para participar da Cúpula da União Africana. A viagem integrou o esforço do governo brasileiro de retomar parcerias com países africanos, com ênfase em temas como combate à fome, transição energética e cooperação produtiva.

Enquanto a COP32 avança sem contestações, a definição da COP31 exigiu intensas negociações. Após meses de impasse entre Austrália e Turquia — ambos candidatos para sediar o evento — foi construído em Belém um acordo de compromisso: a Turquia receberá a conferência em 2026, enquanto a Austrália assumirá a presidência das negociações. O arranjo inclui ainda a realização de um pré-COP na região do Pacífico, área altamente vulnerável aos impactos da crise climática.

Para o governo australiano, comprometer-se com a condução das negociações garante protagonismo no processo multilateral, ainda que o país tenha aberto mão de sediar o encontro. Já para a Turquia, anfitriã da COP31, o desafio será organizar em pouco mais de um ano uma conferência que costuma reunir dezenas de milhares de participantes e ampla mobilização diplomática.

Acompanhe tudo sobre:Mudanças climáticas

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