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São Paulo é reconhecida como Cidade Criativa do Cinema pela Unesco

No Brasil, 14 municípios fazem parte da Rede de Cidades Criativas

São Paulo é reconhecida como Cidade Criativa pela Unesco, na categoria Cinema (Arquivo)

São Paulo é reconhecida como Cidade Criativa pela Unesco, na categoria Cinema (Arquivo)

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Publicado em 10 de novembro de 2025 às 21h14.

São Paulo foi escolhida para integrar a Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na categoria cinema. A cidade se une aos outros 14 municípios brasileiros que representam o País. Assim, o Brasil se consolida como o terceiro país mais ativo na relação de estados-membros da Unesco, pelo número de municípios participantes.

A escolha de São Paulo foi feita por meio de um processo seletivo. A candidatura foi coordenada pela Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, em parceria com a Spcine. Já a seleção foi conduzida pelo comitê técnico da Comissão Nacional do Brasil para a Unesco, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores, em colaboração com o Ministério da Cultura e o Ministério do Turismo.

Para Emiliano Zapata, diretor de Inovação e Políticas do Audiovisual da Spcine, esse título é um reconhecimento internacional importante e incentiva a Spcine a continuar aprimorando as políticas públicas que vem implementando.

“São Paulo tinha uma boa chance de ganhar por causa da questão da inovação e do Circuito Spcine, que é o maior circuito de salas públicas do mundo. Quando eu assumi a diretoria, inauguramos 12 novas salas e tive um grande desafio de fazer com que, de fato, houvesse uma interação maior entre os territórios. Começamos a fazer sessões entendendo a realidade, temos que nos comunicar e continuar renovando. Agora, vamos fazer uma sessão focada nas crianças com TDAH", comenta Zapata. 

O diretor destaca iniciativas de inclusão e acessibilidade no setor audiovisual, como as sessões azuis, para pessoas do Transtorno do Espectro Autista (TEA), e as programações voltadas para idosos, como o Circuito 60+ e o Cine Novelo.

"Não é só uma homenagem, vamos de fato honrar o título no contexto de salas públicas, nesses territórios mais distantes do centro. É importante sair desse lugar da bolha, sabe? É levar para as pessoas os filmes: “O agente secreto”, “O último azul’. É muito triste você pensar em uma cidade como São Paulo, que todo mundo fala que é o coração do Brasil, não compartilhar uma agenda cultural, porque têm pessoas literalmente de fora. Para mim, sempre foi uma questão de democratizar o acesso ao cinema”, ressalta.

A Rede de Cidades Criativas da Unesco, lançada em 2004, é composta por 408 cidades em mais de 100 países, dando reconhecimento a municípios que promovem cultura e inovação como parte de estratégias de desenvolvimento nos campos social, econômico, cultural e ambiental.

Além de São Paulo, outras cidades brasileiras integrantes da Rede são: 

  • Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ) - Categoria: Gastronomia;

  • Campina Grande (PB) - Categoria: Artes midiáticas;

  • Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE) - Categoria: Design;

  • Salvador (BA) e Recife (PE) - Categoria: Música;

  • João Pessoa (PB) - Categoria: Artesanato e artes populares;

  • Santos (SP) e Penedo (AL) - Categoria: Cinema;

  • Rio de Janeiro (RJ) - Categoria: Literatura

Economia criativa

O título potencializa o turismo cultural, a atração de investimentos e o intercâmbio internacional. Para o Secretário Municipal de Cultura e Economia Criativa, José Antônio Silva Parente, o reconhecimento mostra a responsabilidade da indústria audiovisual em São Paulo.

“Esse título veio em um ótimo momento do cinema brasileiro. Nós temos o circuito de cinema público, que são 32 salas de cinema espalhadas na cidade inteira, do centro ao extremo sul e extremo leste. Para algumas pessoas, é a primeira experiência de ver um filme no cinema, com idades de dois a 90 anos”, revela. 

“A indústria do audiovisual, ela fatura e emprega mais do que a indústria do automobilismo. E tem pouco incentivo, pelo seu potencial. Eu costumo dizer que São Paulo é um polo de audiovisual do hemisfério Sul. E vai se consolidando como polo global. A cidade reúne condições por causa do nosso centro logístico, que poucos lugares do mundo tem, de aeroportos, portos, transporte rodoviário. Nós temos uma rede hoteleira gigante, mão-de-obra. A cidade tem um conjunto de intervenções e iniciativas culturais, é uma cidade diversa, multiétnica, multirracial", avalia o Secretário.

Em relação aos investimentos e projetos futuros, a Secretaria investe em qualificação de profissionais do audiovisual.

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