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A era da eletricidade está só começando

Até quanto é possível descarbonizar a economia?

Energia renovável: IEA prevê US$ 2,2 trilhões em investimentos em 2025. (Leandro Fonseca/Exame)

Energia renovável: IEA prevê US$ 2,2 trilhões em investimentos em 2025. (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 10 de julho de 2025 às 14h00.

Alguns especialistas da indústria de energia defendem a possibilidade de que, no futuro, o sistema energético global seja basicamente composto por energia elétrica proveniente apenas de fontes renováveis, a partir das tecnologias hidrelétrica, eólica e solar, por exemplo. Este cenário, chamado de “electrify everything”, é proposto por um grupo de pesquisadores, entre eles Mark Jacobson, de Stanford, e Saul Griffith, engenheiro, empreendedor e escritor.

Outra linha de pensamento, porém, entende ser inviável o sistema mundial alcançar 100% de renovabilidade da matriz energética, devido à complexidade da indústria energética.

Apesar das visões antagônicas sobre o tema, um aspecto parece ser consensual: a participação da eletricidade na economia será cada vez mais significativa, assim como a participação das renováveis na matriz energética mundial.

Essa tendência pode ser observada no recente relatório divulgado pela Agência Nacional de Energia (IEA), que prevê que os investimentos em energia no mundo alcançarão US$ 3,3 trilhões em 2025. Desse total, US$ 2,2 trilhões serão investidos em renováveis, nuclear, redes elétricas, armazenamento de energia, combustíveis de baixa emissão de CO2, eficiência e eletrificação. Isto equivale ao dobro do total investido em petróleo, gás natural e carvão neste ano, cerca de US$ 1,1 trilhão.

De acordo com a entidade, esse panorama evidencia o início da “era da eletricidade”, como defendem muitos especialistas de renome global, entre eles Fatih Birol, diretor executivo da IEA. A era da eletricidade é caracterizada pelo rápido crescimento da demanda de eletricidade para a produção industrial, calefação, mobilidade elétrica, data centers e inteligência artificial, entre outros.

A IEA ressalta ainda que, dez anos atrás, os investimentos em combustíveis fósseis eram 30% maiores do que o montante aportado em geração de energia elétrica, redes, e armazenamento. Atualmente, os investimentos no setor elétrico devem totalizar US$ 1,5 trilhão em 2025, valor 50% superior à cifra prevista para o desenvolvimento de projetos de óleo, gás natural e carvão.

E o Brasil?

O Brasil se destaca historicamente por dois aspectos: o elevado percentual de fontes renováveis em sua matriz elétrica e a participação expressiva de biocombustíveis, notadamente etanol e biodiesel. Nessa linha, a IEA ressalta que os investimentos em biocombustíveis no país devem atingir cerca de US$ 3 bilhões em 2025. É um crescimento relativamente pequeno em relação ao ano anterior, mas a agência prevê um salto maior no futuro, a partir dos desdobramentos do programa Combustível do Futuro, do governo.  O Plano Decenal de Energia 2034, do governo brasileiro, prevê que o Brasil investirá R$ 102 bilhões em biocombustíveis.

Com políticas públicas adequadas, que favoreçam investimentos privados sem onerar o consumidor final, um ambiente de diálogo entre governo, legisladores e empresas, e estabilidade jurídica e regulatória, é possível garantir uma participação ainda maior de fontes renováveis na matriz energética do Brasil e do mundo, e – quem sabe?  – alcançar a meta do “electrify everything”.

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