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A estratégia da JBS para salvar florestas e aumentar a renda de comunidades em até 60% com isso

Com técnicas de bioeconomia e engajamento comunitário, o projeto tem o potencial de restaurar até 3.000 hectares de vegetação nativa até 2035

O Fundo JBS Pela Amazônia já destinou mais de R$ 200 mil para essa fase inicial do projeto (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O Fundo JBS Pela Amazônia já destinou mais de R$ 200 mil para essa fase inicial do projeto (Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 27 de julho de 2025 às 15h41.

Última atualização em 27 de julho de 2025 às 16h55.

A JBS, uma das gigantes do setor alimentício, tem caminhado para ser lembrada também pelo impacto ambiental positivo que pode gerar. Em parceria com a organização socioambiental Ecoporé, o Fundo JBS Pela Amazônia acaba de lançar um projeto inovador. O Vitrines de Restauração promete transformar áreas degradadas em Rondônia, restaurando até 3.000 hectares de vegetação nativa e gerando um impacto social significativo, com a possibilidade de aumentar a renda de comunidades rurais em até 60%. E tudo isso com um truque nada convencional: sementes e um toque de sabedoria ancestral.

A técnica-chave do projeto é a muvuca, uma técnica de semeadura direta que mistura sementes de diversas espécies nativas e adubação verde. Essa prática, inspirada no conhecimento dos povos indígenas do Xingu, é uma forma de garantir a cobertura rápida do solo e fomentar a regeneração natural da floresta, permitindo que a vegetação cresça de forma sustentável. Mas a muvuca não é só um método de restauração ambiental – ela também oferece uma solução prática para fortalecer a economia das comunidades locais.

O projeto não seria possível sem o apoio de uma rede de parceiros e de comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e agricultores familiares. Esses grupos são responsáveis por fornecer as sementes que serão utilizadas nas áreas de restauração, sendo remunerados pela produção e fornecimento dos recursos essenciais para o projeto. Ao apoiar essas comunidades, o projeto não só promove a regeneração da floresta, mas também valoriza o conhecimento ancestral e ajuda a fortalecer a bioeconomia da Amazônia.

Reflorestamento

O Fundo JBS Pela Amazônia financia a iniciativa, enquanto a Ecoporé é responsável pela operacionalização do projeto. Essa organização será encarregada de isolar as áreas a serem restauradas, semear as sementes e realizar oficinas de capacitação para os envolvidos. Além disso, os Escritórios Verdes JBS, que já são conhecidos por sua atuação na assistência técnica e ambiental a produtores rurais, também desempenham um papel fundamental, ajudando os agricultores a adotar práticas mais sustentáveis e a regularizar suas propriedades.

De acordo com Lucas Scaracia, gerente-executivo do Fundo JBS pela Amazônia, a proposta do projeto vai além da simples restauração ambiental. "O Vitrines de Restauração tem como proposta unir ciência, engajamento comunitário e sustentabilidade para criar um modelo replicável de restauração florestal, fortalecendo a bioeconomia da região, impulsionando práticas produtivas mais responsáveis", afirma.

E por que Rondônia? A escolha do estado não é por acaso. Com uma grande presença de propriedades ligadas à pecuária, muitas delas com áreas degradadas, o estado se apresenta como um terreno fértil para a aplicação do projeto. A intenção é que, ao longo do tempo, cada propriedade atendida se torne uma "vitrine", uma espécie de modelo para outros produtores que, ao verem o sucesso do método, possam replicá-lo em suas próprias terras.

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Marcelo Ferronato, presidente da Ecoporé, explica o objetivo: "Queremos que os produtores não vejam apenas as áreas restauradas, mas que também enxerguem nelas espaços de ensino. Acreditamos que soluções baseadas na natureza são essenciais para conectar conservação e desenvolvimento, ao mesmo tempo que contribuem para a regularização ambiental das propriedades."

Desenvolvimento comunitário

Em julho, a primeira oficina do projeto será realizada, reunindo produtores da região para discutir e aprender sobre a técnica de muvuca e outras práticas de restauração. E entre outubro e novembro de 2025, o plantio de sementes começará, dando início a uma das fases mais esperadas da iniciativa.

O Fundo JBS Pela Amazônia já destinou mais de R$ 200 mil para essa fase inicial do projeto, mas as ambições vão muito além dessa quantia. Em um cenário conservador, o projeto pode restaurar entre 100 e 300 hectares ao longo de dez anos e utilizar até 21 toneladas de sementes nativas. No entanto, com uma abordagem mais expansiva, o projeto tem o potencial de restaurar até 3.000 hectares e usar até 210 toneladas de sementes, impactando diretamente as comunidades envolvidas e gerando uma transformação significativa na economia local.

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