Reforçar o multilateralismo, conectar o trabalho da convenção a bilhões de vidas e acelerar a implementação: essas são as três prioridades da presidência da ONU na Conferência de Bonn, segundo Simon Stiell, secretário executivo da organização para mudança do clima.
Nesta segunda-feira, 16, sua fala abriu o grande evento anual que deve destravar as negociações rumo à COP30 e deu início aos trabalhos dos próximos 10 dias na cidade alemã, sede do secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
Até 26 de junho, mais de 5 mil delegados governamentais e partes interessadas estão reunidos no Centro Mundial de Conferências para uma série de encontros de junho – formalmente chamados de 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários (SB62).
"Este processo importa, profundamente. O progresso que vocês fazem nos próximos 10 dias fará uma diferença real, em todos os países. Estas sessões são onde passamos do conceito à clareza – em todos os setores, sistemas e sociedades. Vocês estão traçando os trilhos que irão garantir a implementação", disse Stiell, em seu discurso.
Em um cenário geopolítico desafiador e com a saída dos EUA do Acordo do Paris sob o comando de Trump, o mundo perde o segundo maior emissor global da mesa das negociações, mas a ONU reforça a importância de se avançar com urgência nas questões climáticas -- e que não há mais tempo para hesitações ou retrocessos.
"A maré virou para a ação climática, e não há como voltar atrás", ressaltou Stiell ao lembrar que combater as mudanças climáticas já não é uma escolha: é irreversível e os países não podem mais adiar compromissos.
Por outro lado, há motivos para otimismo.
"Estamos vendo luzes verdes para ações de muitas das maiores economias do mundo, enviando sinais poderosos de demanda para investidores e realizadores. Sim, há ventos contrários – como sempre há – mas eles não definem o curso da humanidade", complementou o secretário.
As discussões em Bonn serão essenciais para dar continuidade aos resultados da COP29 em Baku, no Azerbaijão, e preparar as bases para Belém do Pará, quando o Brasil recebe a COP do clima pela primeira vez.
Segundo especialistas, as reuniões preparatórias serão como um termômetro para o ambiente das negociações que definirão o futuro e podem ser um "teste de credibilidade ou prova de fogo" para a diplomacia internacional e brasileira.
O que define uma Conferência de Bonn bem-sucedida?
O foco em Bonn será a finalização dos indicadores para o Objetivo Global de Adaptação, a promoção de uma transição justa para economias e sociedades e o aumento da mobilização de 1,3 trilhão de dólares em financiamento climático -- por meio do Roteiro Baku-Belém.
Na última COP29, o acordo final ficou bastante aquém do necessário para driblar os efeitos mais severos da crise climática e que impactam desproporcionalmente as nações mais vulneráveis. A bola ficou quicando em 300 bilhões de dólares e Stiell reforçou que “acelerarmos a ação climática dependerá de recursos adequados".
Seu pedido foi por uma solução concreta durante as deliberações da conferência, ressaltando que apesar dos desafios financeiros, a ONU tem se esforçado para entregar resultados significativos com o orçamento disponível.
"Não vamos esquecer: sem multilateralismo climático, estaríamos caminhando para um aquecimento global de até 5°C. Agora está em torno de 3°C. Isso é uma medida de quão longe chegamos, e o quanto ainda falta percorrer", destacou.
Os próximos dias serão marcados pela busca por soluções práticas para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, além da implementação de compromissos já assumidos pelos países-membros da organização internacional. Durante os encontros, a adesão plena ao Código de Conduta será essencial para garantir um ambiente respeitoso, inclusivo e produtivo, acrescentou o secretário.
Embora a tarefa seja árdua e a janela de oportunidade está se fechando rapidamente, a união segue sendo peça-chave para um futuro mais sustentável e justo.
Stiell também reforçou o lembrete de que 1,5°C, e a proteção de todas as pessoas, continuam sendo tanto alcançáveis ao longo do tempo quanto absolutamente essenciais, fazendo referência à histórica meta do Acordo de Paris e que segue norteando a rota para a COP30 em Belém.
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1/27 COP29 - Azerbaijao - Baku - 2024 Foto: Leandro Fonseca data: 11/11/2024 (COP29 em Baku no Azerbaijão)
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20/27 BAKU, AZERBAIJÃO - 12 DE NOVEMBRO: O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, fala no segundo dia da conferência climática COP29 em 12 de novembro de 2024 em Baku, Azerbaijão. Espera-se que o governo do Reino Unido revele novos planos para reduzir ainda mais as emissões de gases de efeito estufa, durante a cúpula da COP29 (Prime Minister Keir Starmer Attends COP29 In Baku)
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25/27 COP29 - Azerbaijao - Baku - 2024 - Helder Barbalho - Governador do Para Foto: Leandro Fonseca data: 11/11/2024 (Helder Barbalho na COP29 em Baku no Azrbaijão)
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27/27 Antonio Guterres, secretário-geral da ONU (67331650a29df-tcu6g6AG1EzG)