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A expansão da energia solar consolidou a fonte como a segunda maior da matriz elétrica brasileira, com 56 GW em operação, ou 22,5% da capacidade total instalada no país (Envato)
Repórter de ESG
Publicado em 7 de maio de 2025 às 15h34.
Em 2024, o Brasil adicionou 18,9 gigawatts de potência pico fotovoltaica e se posiciona como o quarto maior mercado de energia solar no mundo, ficando apenas atrás da China, Estados Unidos e Índia.
É o que aponta o segundo relatório da associação europeia do setor SolarPower e que conta com a participação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), divulgado na terça-feira (6) durante evento de renováveis em Munique, na Alemanha.
Em ano recorde, a marca supera os 15,6 GW somados em 2023 e representa cerca de 3% de toda a expansão global da fonte no ano passado. No balanço da ABSOLAR, os 18,9 GW do padrão europeu representam cerca de 15,2 GW.
A análise considera a soma de potência instalada tanto em grandes usinas solares quanto em sistemas de geração distribuída, como painéis em telhados, fachadas e pequenos terrenos.
Mesmo diante de um cenário adverso, com cortes de geração sem compensação adequada e dificuldades de conexão de pequenos sistemas, os investimentos no setor brasileiro chegaram a R$ 53,7 bilhões no ano passado. Além disso, foram criados mais de 457 mil empregos ligados à cadeia produtiva da fonte solar.
No ano em que o Brasil recebe a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) pela primeira vez, em Belém do Pará, a expansão destas fontes limpas é uma solução verde para outros países do globo e que ainda estão atrás no quesito da transição energética.
Enquanto no norte global ainda predominam combustíveis fósseis poluentes, o país já possui quase 90% da matriz elétrica renovável e pode ser exemplo -- além de exportador.
Ao mesmo tempo, uma guerra comercial entre EUA e China em curso é capaz de reconfigurar o mercado de energia verde, acreditam especialistas.
Recentemente, o presidente Donald Trump autorizou um aumento nas tarifas sobre produtos chineses, elevando-as para 125%, o que também impactaria o segmento onde a dependência americana de paineis fotovoltáicos e tecnologias chinesas é mais forte.
Em 2023, a China respondeu por aproximadamente 83% da produção mundial de painéis solares e o tarifaço poderia também afetar a competição tecnológica global no setor de renováveis.
A expansão da energia solar consolidou a fonte como a segunda maior da matriz elétrica brasileira, com 56 GW em operação, ou 22,5% da capacidade total instalada no país, segundo a ABSOLAR.
Desde 2012, os investimentos acumulados no setor ultrapassam R$ 254 bilhões, com a geração de mais de 1,7 milhão de empregos, segundo a organização.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, o Brasil aproveita um dos melhores recursos solares do planeta e vem ganhando espaço na transição energética global. O executivo afirma que o avanço da tecnologia no país “é destaque internacional” e que "o crescimento acelerado é tendência mundial".
Já Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho da entidade, atribui o desempenho à resiliência do setor diante de dificuldades regulatórias e logísticas.
"A fonte solar é um verdadeiro motor de desenvolvimento sustentável, que atrai capital, traz divisas, gera grandes oportunidades de negócios, cria novos empregos verdes e amplia a renda dos cidadãos”, concluiu.