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As 10 megatendências da transição energética em 2025, segundo o MIT

De datacenters movidos por IA a baterias de sódio, conheça as inovações e soluções que estão moldando o futuro da energia neste ano de COP30

2025 marca a virada da transição energética: inovações saem do laboratório e chegam ao mercado como agenda estratégica (Getty images/Getty Images)

2025 marca a virada da transição energética: inovações saem do laboratório e chegam ao mercado como agenda estratégica (Getty images/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 15h12.

Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 15h14.

Se em 2024 o mundo estava focado em acelerar as tecnologias verdes rumo à transição energética, este é o ano da execução e implementação.

É o que revela o MIT em seu relatório anual das megatendências que moldam o futuro da energia e reúne as principais inovações dentro do atual contexto econômico e geopolítico. 

A partir de agora, a agenda de expansão de energias de baixo carbono deixa de ser um plano de longo prazo para se tornar uma pressão real e imediata sobre governos, empresas e consumidores, impulsionada por fatores como o avanço da inteligência artificial, a digitalização das redes e a urgência climática.

"A descarbonização do setor passa a ser uma urgência estratégica", destaca Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit e Vice-Presidente de Energia e Sustentabilidade da MIT Technology Review Brasil.

Segundo o executivo, as inovações deixaram o laboratório e chegaram ao mercado, transformando ciência em infraestrutura e políticas públicas. "É um novo ciclo da transição, mais pragmático e interdependente", afirmou.

Nesta nova fase, o Brasil tem condições excepcionais para ser protagonista da transição energética global e tem na COP30 em Belém do Pará uma oportunidade única de liderar soluções verdes pela sua abundância em vantagens competitivas naturais e matriz elétrica predominantemente renovável. 

Hudson também cita o agronegócio robusto e posição logística como vantagens brasileiras, mas frisa que é preciso alinhar políticas públicas, ciência aplicada, capital e empreendedorismo.

Para se tornar um grande player de soluções climáticas, um estudo recente da Bloomberg NEF mostrou que o país precisa de US$ 1,3 trilhão em fornecimento de energias de baixo carbono até 2050.

Do montante, US$ 500 bilhões devem ser endereçados para fontes renováveis (como a solar e eólica) e o restante se dividiria em hidrogênio verde, captura de carbono e tecnologias de armazenamento.

As dez tendências apontam para um cenário de maior complexidade, no qual ciência, inovação e governança serão essenciais para equilibrar viabilidade econômica, segurança energética e sustentabilidade ambiental.

Para o MIT, o desafio deixa de ser tecnológico para se tornar uma questão de coordenação, investimento e vontade política.

Luiz Mandarino, COO do Energy Center, reforça que o momento exige ação e que não se trata mais de uma visão de futuro, mas uma agenda presente e estratégica.

"Nosso papel é justamente transformar conhecimento e tecnologia em soluções aplicáveis, capazes de gerar eficiência, reduzir riscos e acelerar o impacto positivo da inovação no setor", complementou.

Confira as 10 tendências do ano 

1. Datacenters e Infraestrutura para IA: inteligência artificial generativa se tornou um dos maiores vetores de pressão sobre o consumo energético. Datacenters agora exigem novos contratos de energia limpa, soluções avançadas de eficiência em resfriamento e sistemas de reaproveitamento de calor para se manterem viáveis.

2. Ciber-resiliência energética: Com a digitalização das redes, a proteção contra ataques cibernéticos deixou de ser opcional. Infraestruturas críticas e ativos distribuídos precisam de camadas robustas de segurança digital para garantir continuidade operacional.

3. Veículos híbridos (HEV): Enquanto os elétricos puros ainda enfrentam barreiras de preço e infraestrutura em diversos mercados, os híbridos emergem como solução-ponte estratégica para acelerar a descarbonização do transporte.

4. Biometano e biogás: O aproveitamento de resíduos do agronegócio e das cidades para geração de energia ganha escala, oferecendo duplo benefício: segurança de suprimento e redução das emissões de metano, um dos gases de efeito estufa mais potentes.

5. Deeptechs na transição energética: Tecnologias de fronteira como captura e uso de carbono, desenvolvimento de novos materiais e manufatura limpa avançam da fase de pesquisa para projetos piloto, sinalizando maturidade crescente.

6. Usinas Virtuais de Energia (VPPs): Agregando milhares de recursos distribuídos — baterias residenciais, carros elétricos, painéis solares —, as VPPs funcionam como novas usinas, trazendo flexibilidade e resiliência para as redes elétricas.

7. Baterias alternativas ao lítio: Tecnologias baseadas em sódio, estado sólido e LMFP ampliam as opções de armazenamento de energia, reduzem custos e fortalecem a resiliência das cadeias de suprimento, diminuindo a dependência de poucos fornecedores.

8. Descarbonização do transporte marítimo: Navios movidos a metanol e amônia ganham tração, impulsionados por regulações internacionais mais rigorosas e pela assinatura de contratos de longo prazo para combustíveis sintéticos.

9. Processamento submarino avançado: Novas tecnologias submarinas aumentam a eficiência da extração de óleo e gás, reduzem emissões operacionais e prolongam a vida útil dos campos, tornando a indústria mais sustentável durante o período de transição.

10. Geopolítica da energia e cadeias críticas: Minerais estratégicos, semicondutores e rotas marítimas passam ao centro das políticas industriais globais. A competição por recursos essenciais à transição energética redefine alianças e estratégias nacionais.

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