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Localizado no coração histórico de Belém, o Porto Futuro fica próximo ao Mercado Ver-o-Peso e Estação das Docas (Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 9 de agosto de 2025 às 16h00.
A menos de três meses da COP30, a cidade sede da maior conferência do clima do mundo vive uma transformação urbana, com uma série de projetos e obras que redesenham a paisagem e ficarão de legado para Belém.
É o caso do Porto Futuro II, área portuária de importância histórica no comércio internacional e que passa por uma revitalização que concilia desenvolvimento urbano, preservação cultural e sustentabilidade.
Localizado no coração histórico da capital do Pará, nas proximidades do icônico Mercado Ver-o-Peso e da Estação das Docas, este ponto turístico quer ser mais do que uma obra de infraestrutura e após a COP se consolida como um dos principais polos culturais da região Norte.
O espaço de 50 mil m² abrigará o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, um centro integrado que conectará tecnologia, gastronomia tradicional e empreendedorismo sustentável.
Liderado pelo Governo do Pará em parceria com a iniciativa privada, o plano é revitalizar cinco antigos armazéns portuários e nove guindastes históricos, sem abandonar a identidade cultural e histórica.
Dentro de um investimento que integra os cerca de R$ 4,7 bilhões destinados aos preparativos da COP, o porto já está com mais de 80% das obras executadas e a previsão de conclusão é setembro – apenas dois meses antes do início da conferência do clima que deve receber pelo menos 50 mil pessoas de todo mundo.
O complexo também irá incluir o Museu das Amazônias, um complexo gastronômico, a Caixa Cultural e áreas de convivência com playgrounds, fontes interativas e quiosques.
À frente das ações de preservação cultural do projeto está a Arcadis, empresa global de design, engenharia e consultoria, com o papel de integrar competências técnicas avançadas com o compromisso de salvaguardar a memória histórica da região.
"Nossa missão vai além da entrega de soluções técnicas: é garantir que o desenvolvimento urbano respeite e valorize a rica herança cultural de Belém. Preservar a história é também construir um futuro mais justo e sustentável", destacou Elisângela de Morais Silva, gerente ambiental da Arcadis.
Desde dezembro de 2023, a equipe especializada da empresa realiza o monitoramento arqueológico das escavações e acompanha as obras de revitalização das estruturas metálicas e e outros espaços, incluindo as praças Mauá e Pedro Teixeira.
Segundo a empresa, o trabalho garante que vestígios e estruturas históricas sejam devidamente protegidos, registrados e salvaguardados durante as intervenções.
Um dos diferenciais é o uso de tecnologia aplicada à conservação patrimonial. Entre as inovações utilizadas está o escaneamento a laser das estruturas metálicas originais, técnica que permite documentar com precisão milimétrica cada elemento histórico antes de sua restauração.
Outra é uma diferenciação cromática entre peças originais e réplicas durante o processo de restauro dos armazéns e guindastes.
Além disso, os paralelepípedos originais do piso portuário estão sendo reaproveitados, pensando em preservar a autenticidade.
"A atuação é estratégica para garantir que cada etapa da obra esteja alinhada com os princípios de sustentabilidade, inovação e respeito à identidade amazônica", disse Fábio Parussolo, diretor de operações da Arcadis.
Além das obras do porto, mais de R$ 1 bilhão estão sendo investidos em infraestrutura de saneamento e mobilidade urbana em Belém, abrangendo as bacias dos rios Tucunduba, Murutucu, Tamandaré e Una. Outras obras como viadutos, BRT metropolitano e a nova ponte de Outeiro estão avançando e correm contra o tempo para serem entregues.
Uma das crises que o Brasil está tentando driblar é a da hospedagem. Na semana passada, 25 países escreveram uma carta pressionando para que o país mudasse a sede da COP30 por conta dos preços exorbitantes, mas o embaixador André Corrêa do Lago negou qualquer mudança: “não há plano B”.
Até 11 de agosto, o governo precisa trazer respostas e a crise está nos holofotes, desviando inclusive o "foco" do que realmente importa nas discussões de combate às mudanças climáticas. Países como a Áustria já disseram que não irão participar das discussões em terras brasileiras.