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Bioeconomia na Amazônia pode destravar R$ 45 bilhões ao PIB brasileiro, revela WRI

Modelo que alia conservação ambiental com geração de renda e oportunidades para populações locais tem potencial bilionário e emerge como solução no combate à crise climática

Entre os produtos da floresta, estão alguns conhecidos e presentes nos lares brasileiros como açaí, castanha, cupuaçu, camu-camu, andiroba, copaíba e mel de abelhas nativas (Paulo Amorim/Getty Images)

Entre os produtos da floresta, estão alguns conhecidos e presentes nos lares brasileiros como açaí, castanha, cupuaçu, camu-camu, andiroba, copaíba e mel de abelhas nativas (Paulo Amorim/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 14 de julho de 2025 às 18h15.

Última atualização em 14 de julho de 2025 às 18h36.

Além de uma aliada ambiental e climática, a Amazônia representa uma oportunidade econômica que ultrapassa as fronteiras do Brasil.

A bioeconomia, modelo que alia conservação ambiental com geração de renda e oportunidades para populações locais, tem potencial bilionário se combinada com restauração florestal e pode somar R$ 45 bilhões ao PIB brasileiro e criar mais de 830 mil empregos até 2050.

É o que mostra um novo estudo divulgado nesta segunda-feira, 14, realizado pelo World Resources Institute (WRI) e mais de 70 pesquisadores, que engloba os nove países amazônicos: Brasil, Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Segundo a organização sem fins lucrativos, os números revelam que o caminho para o desenvolvimento sustentável da região passa pela valorização da biodiversidade local e do conhecimento tradicional das comunidades.

Entre os produtos da floresta, estão alguns conhecidos e presentes nos lares brasileiros como açaí, castanha, cupuaçu, camu-camu, andiroba, copaíba e mel de abelhas nativas.

Rede Pan-Amazônica

Para transformar o potencial em realidade, foi criada a Rede Pan-Amazônica pela Bioeconomia, uma aliança multissetorial que reúne desde comunidades indígenas até grandes investidores e já mapeou mais de 1.500 projetos no bioma.

Um exemplo concreto é a iniciativa Agrosolidaria Florencia, na Colômbia, voltada a comercialização de produtos agrícolas e cosméticos desenvolvidos com plantas nativas cultivadas de forma sustentável. A empresa opera a maior planta de processamento da Amazônia colombiana, combinando escala e produtividade sem abrir mão da sustentabilidade. 

"Ao investir em cadeias sustentáveis e no protagonismo indígena, criamos resiliência climática e oportunidades reais para os povos amazônicos", destaca Rachel Biderman, vice-presidente sênior das Américas da Conservação Internacional.

É na cidade colombiana de Letícia que também acontece um fórum da rede entre os dias 15 e 17 de julho, visando impulsionar a agenda comum.

“Queremos que o modelo seja reconhecido como um setor econômico e tenha seu peso refletido nas contas nacionais até 2035”, disse Joaquín Carrizosa, assessor sênior do WRI Colômbia.

A poucos meses da COP30 no Brasil e no coração da Amazônia, a bioeconomia emerge como solução frente à crise climática e como ferramenta para promover justiça social e proteção da biodiversidade.

Recentemente, outro estudo apontou que a bioeconomia no Pará pode gerar R$ 816 milhões ao PIB estadual e apontou para uma necessidade de investimento na casa de R$ 720 milhões em 13 cadeias da sociobiodiversidade.

Desafios e oportunidades

Apesar do potencial, há desafios significativos, como a falta de marcos regulatórios adequados, investimentos em infraestrutura, capacitação técnica e canais de comercialização, segundo o WRI.

Por outro lado, o crescente interesse de investidores internacionais, o apoio de organismos multilaterais e a articulação entre os países amazônicos criam um cenário favorável para o desenvolvimento do setor.

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