ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd
Afya Cinza
Copasa Cinza
Danone Cinza
Ypê cinza

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Brasil contraria retrocessos globais e avança em diversidade, mas há hiato entre discurso e prática

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 30, revelou que 70% das empresas possuem estratégias DEI e as com comitê de diversidade na alta liderança investem quase três vezes mais na pauta

Entre todos os grupos analisados, a população trans enfrenta as maiores barreiras de acesso a cargos de liderança (Lyubov Ivanova/Getty Images)

Entre todos os grupos analisados, a população trans enfrenta as maiores barreiras de acesso a cargos de liderança (Lyubov Ivanova/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 30 de junho de 2025 às 13h01.

Se por um lado o mundo vem sofrendo retrocessos em diversidade e inclusão (DEI), o Brasil está em plena transformação e avança na pauta dentro das empresas brasileiras. Mas isto não significa que não há desafios significativos para converter discurso em prol da causa em práticas efetivas do dia a dia.

É o que revela uma nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 30, realizada pela startup to.gather com mais de 300 negócios do país de diferentes setores e portes visando traçar um panorama completo desta agenda social. 

Enquanto 70,2% das companhias afirmam ter uma estratégia formal de DEI, apenas 44,5% vinculam metas a bônus ou avaliações de desempenho dos funcionários. O dado evidencia a lacuna e o descompasso entre intenção e implementação efetiva.

Em relação a onda anti-DEI nos EUA promovida por Trump, mais de 52% das contempladas no estudo não foram impactadas negativamente. Inclusive, algumas reforçaram seus compromissos ESG (6,6%).

Um dos destaques é que aquelas que contam com comitê de diversidade na alta liderança investem quase três vezes mais na pauta. Segundo a to.gather, isto revela que o comprometimento dos executivos seniores é fundamental para alavancar recursos e ações mais robustas.

Para a to.gather, os resultados sugerem que os negócios devem evoluir de ações de conscientização para políticas mais estruturais, que incluam metas claras, mensuração de resultados e, principalmente, mudanças nos processos de recrutamento, promoção e desenvolvimento de carreira.

Sensibilização é destaque, mas falta mensurar

A sensibilização parece ser o ponto forte da pesquisa: 93,1% das empresas realizam ações de treinamento e conscientização sobre diversidade.

No entanto, quando se trata de medir os resultados das iniciativas, o cenário muda drasticamente: apenas 35% mensuram aspectos relacionados à retenção e engajamento dos colaboradores diversos.

"Estamos vendo conquistas importantes no campo da comunicação e de estruturação, mas a jornada de transformação cultural e de impacto real precisa ganhar mais velocidade e profundidade", analisa Erika Vaz, CEO e co-fundadora da to.gather.

Representatividade trans é o maior desafio

Entre todos os grupos analisados, a população trans enfrenta as maiores barreiras de acesso a cargos de liderança.

Atualmente, este grupo representa apenas 0,6%, mesmo entre empresas que possuem estratégias estruturadas de diversidade. Além disso, pessoas negras ainda ocupam menos de 30% das posições de gestão. 

Acompanhe tudo sobre:ESGDiversidadeInclusão digitalEmpresasImpacto socialMulheres

Mais de ESG

Além da Taylor Swift: jatinhos americanos são os maiores responsáveis por emissões, diz estudo

Sodexo reduz 50 mil toneladas de emissões com combate ao desperdício de alimentos

Por que a 8ª economia mundial ocupa a 115ª posição em proteção às mulheres?

Ranking da TIME destaca empresas que combinam sustentabilidade e performance financeira