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Entre todos os grupos analisados, a população trans enfrenta as maiores barreiras de acesso a cargos de liderança (Lyubov Ivanova/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 30 de junho de 2025 às 13h01.
Se por um lado o mundo vem sofrendo retrocessos em diversidade e inclusão (DEI), o Brasil está em plena transformação e avança na pauta dentro das empresas brasileiras. Mas isto não significa que não há desafios significativos para converter discurso em prol da causa em práticas efetivas do dia a dia.
É o que revela uma nova pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 30, realizada pela startup to.gather com mais de 300 negócios do país de diferentes setores e portes visando traçar um panorama completo desta agenda social.
Enquanto 70,2% das companhias afirmam ter uma estratégia formal de DEI, apenas 44,5% vinculam metas a bônus ou avaliações de desempenho dos funcionários. O dado evidencia a lacuna e o descompasso entre intenção e implementação efetiva.
Em relação a onda anti-DEI nos EUA promovida por Trump, mais de 52% das contempladas no estudo não foram impactadas negativamente. Inclusive, algumas reforçaram seus compromissos ESG (6,6%).
Um dos destaques é que aquelas que contam com comitê de diversidade na alta liderança investem quase três vezes mais na pauta. Segundo a to.gather, isto revela que o comprometimento dos executivos seniores é fundamental para alavancar recursos e ações mais robustas.
Para a to.gather, os resultados sugerem que os negócios devem evoluir de ações de conscientização para políticas mais estruturais, que incluam metas claras, mensuração de resultados e, principalmente, mudanças nos processos de recrutamento, promoção e desenvolvimento de carreira.
A sensibilização parece ser o ponto forte da pesquisa: 93,1% das empresas realizam ações de treinamento e conscientização sobre diversidade.
No entanto, quando se trata de medir os resultados das iniciativas, o cenário muda drasticamente: apenas 35% mensuram aspectos relacionados à retenção e engajamento dos colaboradores diversos.
"Estamos vendo conquistas importantes no campo da comunicação e de estruturação, mas a jornada de transformação cultural e de impacto real precisa ganhar mais velocidade e profundidade", analisa Erika Vaz, CEO e co-fundadora da to.gather.
Entre todos os grupos analisados, a população trans enfrenta as maiores barreiras de acesso a cargos de liderança.
Atualmente, este grupo representa apenas 0,6%, mesmo entre empresas que possuem estratégias estruturadas de diversidade. Além disso, pessoas negras ainda ocupam menos de 30% das posições de gestão.