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Brasil e emergentes devem superar maiores economias na corrida por indústria verde, revela estudo

Grupo conhecido como "novo cinturão industrial solar" pode em breve ultrapassar os EUA, China e Europa na descarbonização de setores mais poluentes e prevê investir US$ 1,6 trilhão

O motor da transformação é a amônia verde, ingrediente essencial para a produção de fertilizantes (Cooxupé/Divulgação)

O motor da transformação é a amônia verde, ingrediente essencial para a produção de fertilizantes (Cooxupé/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 19 de junho de 2025 às 08h00.

Enquanto China, Estados Unidos e União Europeia ainda lideram os investimentos em plantas industriais limpas, um grupo de países emergentes conhecido como "novo cinturão industrial solar" acelera e pode em breve superar estas potências na corrida pela descarbonização. 

É o que revela um novo relatório divulgado nesta quinta-feira, 19, pela Mission Possible Partnership (MPP) e com apoio do Acelerador de Transição Industrial (ITA).

Após mapear 823 plantas de produção em escala comercial espalhadas por 69 países, a análise identificou países como Brasil, Índia, Egito, Indonésia e Marrocos aproveitando suas vantagens em energia renovável para atrair bilhões em recursos e se posicionando como líderes nos setores mais poluentes.

É o caso de indústrias intensivas como alumínio, químicos, cimento, aviação e aço, e que estão substituindo combustíveis fósseis em fontes de energia mais sustentáveis.

Mesmo em um cenário otimista, a análise identificou gargalos e lentidão na conversão de projetos anunciados em investimentos efetivos. Dos 823 avaliados, apenas 69 estão operacionais e 65 foram financiados. Os 692 restantes ainda aguardam recursos.

Se a taxa atual de conversão se manter, levaria aproximadamente 40 anos para que todos começassem a ser executados, alertou o ITA.

China ainda lidera, mas vantagem diminui

Atualmente, a China representa um quarto dos US$ 250 bilhões já investidos em plantas limpas no mundo, seguida pelos Estados Unidos (20%) e União Europeia (15%).

Já os países do cinturão garantiram um quinto desses recursos e respondem por 59% dos US$ 1,6 trilhão em projetos anunciados, mas ainda não financiados.

"Assim como as indústrias do passado se localizavam perto das minas de carvão que as alimentavam, a nova geração escolhe ter acesso a eletricidade abundante, confiável, barata e limpa para produzir materiais, produtos químicos e combustíveis", disse Faustine Delasalle, CEO da MPP.

Amônia verde impulsiona mudança

O motor da transformação é a amônia verde, ingrediente essencial para a produção de fertilizantes. Os países do novo cinturão industrial abrigam mais de três quartos de todas as instalações de produção planejadas globalmente.

Até 2035, a estimativa é que este produto se torne mais barato do que a versão tradicional proveniente de fósseis, devido a redução de custos de eletricidade nos mercados emergentes.

Segundo o estudo, a amônia produzida no cinturão solar pode custar até metade do preço da fabricada na Europa Ocidental ou nos EUA.

Atualmente, a Índia sozinha representa 8% da produção global projetada do insumo - volume suficiente para fertilizar quase três quartos de seu território. Em seguida, o Egito detém 7% -- o equivalente a uma área duas vezes maior que o país. Já Omã, Mauritânia e Chile aparecem com 6% cada.

Oportunidade histórica

Para Christiana Figueres, cofundadora da Global Optimism, o cenário representa uma oportunidade histórica para a transição rumo à economia de baixo carbono, com uma nova revolução industrial em ascensão.

Os setores de crescimento mais rápido são a amônia verde e os combustíveis de aviação sustentáveis (SAF). Para os países emergentes, há uma chance de pular etapas de desenvolvimento e se posicionar na vanguarda.

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