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CEO da COP30 anuncia US$ 250 milhões para projetos do Fundo de Perdas e Danos

"Hoje temos grandes notícias sobre implementação", destacou Ana Toni durante coletiva de imprensa no primeiro dia oficial da conferência climática em Belém

CEO da COP30, Ana Toni: "Nós sabemos que a escala de adaptação para chegarmos onde queremos não é possível sem a tecnologia"

CEO da COP30, Ana Toni: "Nós sabemos que a escala de adaptação para chegarmos onde queremos não é possível sem a tecnologia"

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 07h00.

Última atualização em 11 de novembro de 2025 às 07h37.

"Nós sabemos que a escala de adaptação para chegarmos onde queremos não é possível sem a tecnologia", afirmou Ana Toni, CEO da COP30, durante coletiva de imprensa em Belém sobre o papel das soluções tecnológicas nas negociações climáticas.

A declaração resume o posicionamento brasileiro de colocar a inovação digital como eixo central da ação climática global.

Em uma mesa com a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos do Brasil, Esther Dweck, e Tomas Lamanauskas, vice-secretário-geral da União Internacional de Telecomunicações (ITU), Ana Toni anunciou que o Fundo de Perdas e Danos criado na COP28 em Dubai abriu US$ 250 milhões em pedidos de propostas para projetos.

Este fundo é um mecanismo de financiamento criado para ajudar países vulneráveis a driblarem os efeitos mais severos da crise climática e foi criado ainda na COP27, no Egito. Na COP28, em Dubai, sua operacionalização foi aprovada por consenso.

"Hoje temos grandes notícias sobre implementação", destacou Ana no final do primeiro dia de trabalhos em Belém do Pará e enfatizando que, diferentemente das últimas quatro COPs, a conferência deste ano começa com avanços concretos.

"Isso não aconteceu nas últimas quatro COPs", afirmou em referência a agenda de negociação que foi aprovada em tempo recorde por unanimidade e dá início ao trabalho dos próximos dias.

Brasil lança plataforma pública de dados climáticos

O principal anúncio brasileiro foi o lançamento de uma infraestrutura pública digital que o país vem construindo há dois anos. Trata-se do maior banco de dados global sobre clima, com mais de 80 milhões de registros, que agora evolui para uma plataforma disponível gratuitamente para qualquer país.

"Nós estamos construindo isso como um bem público", declarou a ministra Esther Dweck. A plataforma integra dados sobre crédito rural, mercado de carbono e monitoramento de desmatamento, e está sendo desenvolvida pela presidência brasileira para acelerar ações climáticas e políticas públicas.

A ministra destacou ainda a pior tragédia climática da história do Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul em abril de 2024.

"Nós tivemos recentemente um desastre enorme no RS, e tivemos uma resposta rápida de apoio financeiro", disse, acrescentando que o país lidera um estudo global sobre o uso de tecnologia para responder a eventos climáticos extremos.

A infraestrutura foca em quatro áreas prioritárias: monitoramento de florestas, resiliência, resposta a desastres e utilização da terra.

"Fazendo com que as respostas sejam rápidas, mais justas e inclusivas", resumiu Ana Toni.

Desafio da integração tecnológica

Tomas Lamanauskas, da ITU, abordou um dos principais gargalos da agenda climática: a falta de integração completa das soluções tecnológicas.

"Como passamos de uma era de implementação para ação prática?", questionou, destacando que monitoramento do clima e controle ambiental já estão impulsionando a mitigação das emissões. 

"90% das soluções estão integradas, o gargalo é na hora da entrega e métricas e políticas climáticas, não integramos completamente como uma indústria", disse o vice-presidente.

O executivo também alertou para a necessidade de medir o impacto ambiental da inteligência artificial, visto seu consumo excessivo de energia e água. 

Dois anúncios importantes sobre IA estão previstos nos próximos dias na COP30: um sobre a pegada de carbono da tecnologia e outro com foco no Brasil: um relatório que mapeia como usá-la para combater o desmatamento.

Agenda de negociações aprovada

Ana Toni informou que dos 145 tópicos mandatados para as negociações da COP30, 20 são considerados substantivos e a adaptação se posiciona como peça-chave para uma conferência bem-sucedida. "É fundamental fecharmos acordos", disse.

A agenda aprovada cobre todas as dimensões do combate às mudanças climáticas: mitigação das emissões, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação. 

Pedro Ivo Ferraz da Silva, coordenador de Ciência e Tecnologia do Itamaraty, detalhou que o pilar da tecnologia inclui o programa de implementação das soluções digitais acordado em Dubai e a revisão das funções do Centro de Tecnologia da UNFCCC.

"O centro tem 10 anos e o prazo expira em 2027, então vamos iniciar um processo de pensar uma nova sede e suas funções", explicou.

"Embora a negociação seja importante, venho insistindo que o grande tema desta COP é implementação", concluiu Ana Toni, realçando ainda o papel das cidades e regiões na implementação das políticas em prol do clima. 

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