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Clube ESG: Green Skills devem remodelar o mercado de trabalho

Andréa Cruz, CEO da Serh1, apontou que gestão de riscos ambientais e políticas climáticas serão exigências para líderes empresariais, em encontro promovido pela EXAME

Andrea Cruz, CEO da Serh1: "Antes, conhecimento em green skills era restrito a especialistas em sustentabilidade. Agora, será uma exigência para qualquer líder" (Fernando Frazão/Exame)

Andrea Cruz, CEO da Serh1: "Antes, conhecimento em green skills era restrito a especialistas em sustentabilidade. Agora, será uma exigência para qualquer líder" (Fernando Frazão/Exame)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 12h30.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 14h16.

Novas tecnologias, fragmentação geoeconômica e incertezas, mudanças demográficas e a transição verde estão entre os principais fatores que devem moldar o mercado de trabalho global até 2030. É isto que revelou o novo relatório sobre o tema divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Pela primeira vez, o documento destacou a importância dos profissionais do futuro terem a habilidade de resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.  

“Estamos passando por uma grande transformação socioeconômica, similar à Revolução Industrial, mas muitos não tem a noção do impacto". A avaliação é de Andréa Cruz, CEO da Serh1, convidada para debater a empregabilidade em grupos diversos e trazer perspectivas para quem quer mudar de trajetória profissional no Clube ESG, promovido mensalmente pela EXAME.

O que despertou a escolha do tema foi a discussão em torno do etarismo, após o último encontro ter tratado sobre o livro "Cada vez mais forte: Como encontrar sucesso, felicidade e propósito na segunda metade da vida", de Arthur C. Brooks. O preconceito contra indivíduos com base na sua idade atinge especialmente os idosos e é uma realidade que os exclui e discrimina em oportunidades de emprego.

Segundo Andrea, o futuro do trabalho desafia tanto profissionais quanto empresas e a requalificação se torna uma necessidade urgente.

O relatório apresentado em Davos reforça este cenário: em 2025, 37% dos trabalhadores precisarão aprimorar suas habilidades para manter seus empregos, enquanto 21% deverão ser realocados para novas funções. Além disso, 79% das empresas afirmam estar dispostas a investir em requalificação profissional, e 68% buscam talentos com perfis especializados.

Participantes do primeiro encontro do Clube ESG EXAME em 2025.

Participantes do primeiro encontro do Clube ESG EXAME em 2025. (Eduardo Frazão/Exame)

As 10 habilidades mais valorizadas

Como as macrotendências impactam os empregos e as competências exigidas pelos profissionais do futuro? O relatório traz as 10 habilidades mais demandadas para os próximos anos. Entre elas, estão pensamento analítico e inovação, resolução de problemas complexos, criatividade e liderança. Mas a executiva chamou atenção para a inclusão da resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.

"Isso é muito significativo, porque mostra que a pressão do mercado de trabalho não vai diminuir, e sim aumentar", disse.

Além disso, as empresas esperam que profissionais dominem o uso e programação de tecnologia, pensamento crítico e ideação. Em um mundo cada vez mais incerto, a capacidade de se reinventar e buscar aprendizado contínuo será essencial.

Green Skills são uma tendência

Outro ponto inédito no relatório foi a inclusão do conceito de Green Skills, ou as conhecidas 'habilidades verdes', mostrando que o desenvolvimento sustentável remodelará o mercado de trabalho. A mitigação das mudanças climáticas é vista como o terceiro fator mais transformador da economia global, impactando 47% das empresas até 2030.

Andrea reforça que essa não é mais uma questão restrita aos setores ambientais. “Se um CEO não souber lidar com a transição verde, ele não faz parte do futuro da organização", destacou Andréa.

[grifar]Isso significa que executivos precisarão dominar temas como gestão de riscos ambientais, políticas climáticas e regulamentações, inovação sustentável e eficiência energética e economia circular. 

Para a executiva, esse novo cenário exige que os profissionais repensem suas qualificações. “Antes, esse conhecimento era restrito a especialistas em sustentabilidade. Agora, será uma exigência para qualquer líder empresarial", ressaltou.

Diversidade e ESG precisam sair do discurso

A CEO da Serh1 também destacou a necessidade de integrar os princípios da agenda ESG e a diversidade à cultura organizacional. Muitas empresas ainda tratam das questões como áreas isoladas, sem incorporá-las de fato à estratégia do negócio.

Diversidade não pode ser apenas um setor. Assim como aconteceu com a tecnologia no passado, essa pauta precisa ser parte da cultura da empresa.” Segundo Andréa, companhias que ignorarem essa agenda enfrentarão problemas financeiros, regulatórios e reputacionais.

Combate ao etarismo

Em relação à transição de carreira para profissionais acima dos 40 anos, Andrea destacou três fatores críticos para quem deseja continuar competitivo no mercado:

  1. Saúde emocional: A mudança pode ser desgastante e grande parte dos profissionais enfrenta instabilidade psicológica.
  2. Saúde financeira: Estar financeiramente preparado permite escolhas estratégicas. “Não é sobre ser milionário, mas sobre estar em paz com o seu padrão de vida”, disse Andrea.
  3. Aprendizado contínuo:  O mercado exige atualização constante, considerando as transformações socioeconômicas.

Empatia estratégica

A executiva também ressaltou que as empresas não podem ignorar o impacto social de suas atividades. “Negócios que não cuidam do entorno não vão continuar crescendo. Se a comunidade não se desenvolve, o impacto negativo volta.”

Ela cita como exemplo a resposta de negócios às enchentes históricas no Rio Grande do Sul, quando as companhias precisaram redirecionar seus esforços para auxiliar a população. Esse conceito, o qual ela chamou de empatia estratégica, demonstra a necessidade de flexibilidade e tomada de decisão rápida em tempos de crise.

Diante dessas transformações, Andréa reforça que não há espaço para inércia. “O futuro do trabalho não é uma previsão distante. Ele já começou, e só quem souber se adaptar continuará relevante.”, concluiu.

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