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Ao todo, 25 locais do país são classificados como patrimônios naturais, culturais e mistos (Embratur Sebrae/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 15h05.
Na sexta-feira, 15, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses recebeu o certificado de Patrimônio Natural da Humanidade. A condecoração é da Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que valoriza locais de riqueza natural, geológica e de biodiversidade inegável.
A área na intersecção entre Cerrado, Caatinga e Amazônia conta com mais de 155 mil hectares. A riqueza cultura abriga um campo de dunas, intercaladas com lagoas de água doce, que são casa para mais de 133 espécies de plantas, 122 de aves e ao menos 42 de répteis.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou durante a cerimônia da honraria que se trata de um pacto internacional pelo cuidado com um patrimônio que beneficia a todo o planeta. “Trabalhamos para que essas áreas sejam preservadas porque, dessa forma, podem nos ajudar a equilibrar o planeta, proteger a biodiversidade e garantir serviços ecossistêmicos ao mesmo tempo em que promove emprego, renda, vida digna e identidade para as pessoas”, disse.
Ainda no evento, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, disse que o título amplia as iniciativas de proteção e preservação do parque nacional. “Cada grão de areia e gota de água daquelas lagoas, a partir de hoje, não são mais nossos. São do mundo”, explicou.
Parque dos Lençóis Maranhenses, reconhecido nesta sexta-feira como patrimônio natural da humanidade (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Hoje, o território brasileiro já conta com 25 Patrimônios Mundiais da UNESCO. Você conhece todos? Veja a lista abaixo:
Reservas da Mata Atlântica do Sudeste: desde 1999, 25 unidades de conservação entre o Paraná e São Paulo são considerados exemplares da presença de biodiversidade e histórica evolutiva das áreas remanescentes da Mata Atlântica.
Fernando de Noronha e Atol das Rocas: as ilhas atlânticas brasileiras são consideradas há 24 anos como um patrimônio mundial pela sua importância para espécies como atuns, tubarões, tartarugas e mamíferos marinhos. Além disso, as ilhas abrigam a maior população de aves marinhas tropicais do Atlântico Ocidental.
Bacia Amazônica: o complexo de conservação da Amazônia Central é tido como uma área essencial para a manutenção de biodiversidade desde 2000 pela Unesco, seja pelas espécies ameaçadas de extinção — como o pirarucu gigante, o boto e o peixe-boi-da-amazônia — ou os ecossistemas únicos.
Biodiversidade da Amazônia garante título de patrimônio natural da humanidade pela UNESCO (Leandro Fonseca /Exame)
Chapada dos Veadeiros e das Emas: em 2001, as unidades de conservação no Cerrado, um dos ecossistemas tropicais mais antigos e diversos do mundo, foram consideradas como uma riqueza natural. A cada hectare, estima-se que estejam presentes entre 350 e 400 espécies de plantas vasculares, além de acolher espécies como tamanduá-bandeira, lobo-guará e onça-pintada.
Costa do Descobrimento: na área de Mata Atlântica entre o litoral da Bahia e o Espírito Santo, a presença de espécies endêmicas da Mata Atlântica com elementos do ecossistema amazônico traz parte da história da biodiversidade do Brasil em si. De acordo com informação da Unesco, as oito áreas de proteção ali presentes revelam uma estrutura de evolução geográfica importante para a ciência e a conservação.
Parque Nacional do Iguaçu: o parque próximo à divisa do Paraguai, Argentina e Brasil é considerado um patrimônio natural desde 1986. O local é resultado de processos vulcânicos de mais de 500 milhões de anos, que originaram cachoeiras com quedas de até 80 metros.
Pantanal: no Centro-Oeste do país, uma área de quase 190 mil hectares dividida entre penhasco íngremes e áreas inundadas comporta plantas aquáticas únicas, como vitórias-régias gigantes. Espécies como tamanduá-bandeira, arara-azul-grande e
Cânion do Rio Peruaçu: desde 2001, o parque, localizado no norte de Minas Gerais, é considerado patrimônio mundial devido às suas impressionantes formações cársticas, com cavernas, dolinas e arcos calcários. A área, situada na interseção dos biomas Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica, abriga mais de 2.000 espécies de plantas e animais, muitas delas ameaçadas de extinção.
Brasília: Criada em 1956, Brasília foi um marco na história do urbanismo. Projetada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a cidade é reconhecida por sua harmonia arquitetônica, com destaque para a forma do plano piloto, que remete a um pássaro em voo, e os edifícios inovadores.
Centro histórico de Salvador: Primeira capital do Brasil, Salvador preserva a fusão das culturas europeia, africana e ameríndia. Destacam-se os edifícios renascentistas e as casas coloridas com detalhado trabalho em estuque, refletindo a herança histórica única da cidade.
A arquitetura da primeira capital do Brasil concede o a honraria de Patrimônio Cultural da Humanidade (Bruna Prado/Getty Images)
Centro histórico de São Luís: Fundada no século XVII, São Luís mantém seu plano retangular original, com uma impressionante quantidade de edifícios históricos bem preservados, resultado de um período de estagnação econômica. A cidade é um exemplo notável do estilo colonial ibérico.
Centro histórico de Diamantina: Diamantina, vila colonial encravada nas montanhas rochosas, remonta às expedições dos garimpeiros de diamantes do século XVIII e é um exemplo de como a cultura e a arte humanas prevaleceram sobre o ambiente.
Centro histórico de Goiás: o estado reflete a ocupação e colonização do interior do Brasil nos séculos XVIII e XIX. Seu traçado urbano exemplifica o desenvolvimento orgânico de uma cidade mineradora, com arquitetura modesta, mas harmoniosa, usando técnicas vernaculares e materiais locais.
Centro histórico de Ouro Preto: Fundada no final do século XVII, Ouro Preto foi o epicentro da corrida do ouro e da era dourada do Brasil no século XVIII. Apesar do declínio no século XIX, a cidade preserva igrejas, pontes e fontes, sendo um testemunho de sua prosperidade e do talento do escultor barroco Aleijadinho.
Centro histórico de Olinda: Fundada no século XVI, Olinda tem sua história ligada à indústria da cana-de-açúcar. Reconstruída após o saque dos holandeses, sua malha urbana do século XVIII preserva uma harmonia entre edifícios, jardins e 20 igrejas barrocas, conventos e capelas.
Carnaval de Olinda, cidade reconhecida como patrimônio cultural do Brasil (Arquimedes Santos/ Prefeitura de Olinda/Divulgação)
Missões Jesuíticas dos Guaranis: As ruínas de São Miguel das Missões, no Brasil, e de San Ignacio Mini, Santa Ana, Nuestra Señora de Loreto e Santa María la Mayor, na Argentina, são remanescentes de cinco missões jesuíticas do século XVII e XVIII, com diferentes estados de conservação.
Conjunto Moderno da Pampulha: Criado em 1940 em Belo Horizonte, a região foi o centro de um projeto visionário de cidade-jardim. Com edifícios projetados por Oscar Niemeyer, o conjunto é um exemplo de formas ousadas, fundindo arquitetura, paisagismo, escultura e pintura, refletindo as tradições locais e o clima brasileiro. Rio de Janeiro: Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar: O site abrange um cenário urbano excepcional, com elementos naturais que moldaram a cidade, desde as montanhas do Parque Nacional da Tijuca até o mar, incluindo o Cristo Redentor no Corcovado e os jardins de Copacabana, inspirando artistas e urbanistas.
Santuário de Bom Jesus do Congonhas: Localizado em Minas Gerais, o santuário do século XVIII é composto por uma igreja rococó, uma escadaria com estátuas dos profetas e sete capelas ilustrando as Estações da Cruz, com esculturas polícromas de Aleijadinho, exemplificando o Barroco brasileiro.
Além disso, o Brasil também conta com um Patrimônio de Cultura e Biodiversidade, chamado Patrimônio Misto: trata-se das cidades de Paraty e Ilha Grande, no Rio de Janeiro. A região abriga espécies ameaçadas, como a onça-pintada e o muriqui-do-sul, e preserva seu plano urbano do século XVIII, com arquitetura colonial intacta. No final do século XVII, Paraty foi o ponto final do Caminho do Ouro, uma rota de exportação de ouro para a Europa.
Paraty, cidade que todos os anos recebe a FLIP, manteve a arquitetura colonial intacta (Richard Souza/Getty Images)