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Força-tarefa integrada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Procon e Inmetro fiscaliza postos revendedores de combustíveis em Brasília (15/03) (Agência Brasil)
Repórter de ESG
Publicado em 21 de junho de 2025 às 15h00.
Os ataques israelenses contra instalações iranianas nesta semana provocaram uma reação em cadeia nos mercados de energia, impacto muito além do petróleo. O óleo de soja acumula alta de 11% desde quinta-feira, atingindo 55 centavos por libra, maior patamar desde outubro de 2023. O óleo de palma, que vinha em queda este ano devido ao excesso de oferta, subiu 6% na semana.
A alta desses óleos vegetais revela como conflitos geopolíticos aceleram a busca por fontes alternativas de energia. Com o petróleo Brent subindo 8% após os ataques, refinarias intensificaram a procura por matérias-primas para biocombustíveis, transformando produtos tradicionalmente alimentícios em commodities energéticas estratégicas.
Darren Lim, analista da corretora Phillip Nova, explica o mecanismo por trás dessa alta. Preços elevados de energia encarecem a produção de óleo de palma nas plantações e, simultaneamente, tornam os biocombustíveis mais atraentes como substitutos do diesel e da gasolina. É uma dinâmica que se alimenta: quanto mais caro fica o petróleo, mais valiosos se tornam os óleos vegetais.
Essa relação ganhou força com a nova política energética americana. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos propôs aumentar em 8% a mistura obrigatória de biocombustíveis nos combustíveis tradicionais, chegando a 24,02 bilhões de galões no próximo ano. Para o diesel de biomassa, feito principalmente de óleo de soja, a meta salta 67%, para 5,61 bilhões de galões.
Os números mostram por que o mercado reagiu com tanta força. Os estoques americanos de óleo de soja caíram para 1,37 bilhão de libras em maio, uma queda de 20% em relação ao ano anterior. É o menor nível para o mês desde 2004. Quando você junta demanda crescente com oferta limitada, os preços tendem a disparar.
O óleo de palma, por ser o mais barato entre os principais óleos vegetais, costuma acompanhar os movimentos do óleo de soja. Isso acontece especialmente em mercados como a Índia, onde consumidores alternam entre os dois produtos conforme oscilam os preços.