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A baixa representatividade feminina em cargos de liderança reflete um padrão histórico do mercado de trabalho (izkes/iStockphoto)
Repórter de ESG
Publicado em 29 de março de 2025 às 09h11.
Apesar dos avanços nas contratações femininas, as mulheres ainda enfrentam grandes obstáculos para alcançar posições de liderança nas empresas. Um levantamento inédito da Gupy, plataforma de gestão de capital humano no Brasil, aponta que, de janeiro de 2024 a janeiro de 2025, as vagas ocupadas por mulheres estão majoritariamente em funções operacionais.
Segundo a pesquisa, as posições de maior destaque no mercado continuam a ser aquelas de operador (149 mil vagas), auxiliar (134 mil) e analista (85,6 mil), enquanto as contratações femininas para cargos de diretoria são limitadas a apenas 267.
O estudo também revela um panorama setorial com diferenças significativas. O setor de varejo lidera as contratações de mulheres, com 84,5 mil novas vagas, seguido pelos setores de saúde (67,4 mil) e serviços (40,1 mil). Já áreas como tecnologia da informação e bancos ainda têm uma presença feminina muito abaixo da média, com apenas 19,3 mil e 14,5 mil contratações, respectivamente.
A pesquisa evidencia que, embora as mulheres ocupem a maior parte das vagas em setores tradicionais e operacionais, o verdadeiro desafio reside na ocupação de cargos de liderança e áreas especializadas, frequentemente associadas a posições de maior influência nas organizações e valor estratégico. Esse cenário, de acordo com a Gupy, reforça a necessidade de programas focados em inclusão, capacitação e promoção da ascensão das mulheres ao longo de suas carreiras.
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A baixa representatividade feminina em cargos de liderança reflete um padrão histórico do mercado de trabalho, onde as mulheres ainda enfrentam barreiras estruturais para alcançar as posições mais altas nas hierarquias corporativas. Para a Gupy, é fundamental adotar políticas mais inclusivas, que incentivem as mulheres a ocupar espaços estratégicos, e impulsionem uma transformação cultural nas empresas.
“Os dados refletem um padrão histórico do mercado de trabalho, onde as mulheres são maioria em funções operacionais, mas ainda enfrentam barreiras para alcançar posições de liderança. Incentivar programas de capacitação e promoção para mulheres é essencial para equilibrar esse cenário”, afirma Jhenyffer Coutinho, líder da Experiência para Pessoas Candidatas na Gupy.
Com o objetivo de contribuir para essa mudança, a Gupy lançou o programa Portas Abertas: Todas na Liderança, que visa capacitar mulheres para cargos estratégicos, oferecendo desenvolvimento profissional focado na ascensão em áreas de alto impacto. Coutinho ressalta que essa iniciativa é um passo importante, mas que o ideal seria que outras organizações também adotassem programas semelhantes, promovendo um avanço sustentável da equidade de gênero no mercado de trabalho.
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"Nosso objetivo é criar oportunidades reais para que mais mulheres ocupem cargos de liderança, influenciem a cultura corporativa e contribuam com decisões estratégicas. Esperamos que essa iniciativa inspire outras empresas a promover ações concretas que garantam a inclusão e o crescimento feminino nas organizações", explica.