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COP em Campo Grande? Entenda a escolha da cidade para convenção sobre animais silvestres

Evento discute a preservação de espécies migratórias, como a onça-pintada, o falcão-peregrino e espécies de baleias, tartarugas e tubarões

Atualmente, 399 espécies migratórias ainda não possuem proteção internacional (Flávio André de Souza/MTur/Reprodução)

Atualmente, 399 espécies migratórias ainda não possuem proteção internacional (Flávio André de Souza/MTur/Reprodução)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 27 de março de 2025 às 07h17.

Última atualização em 27 de março de 2025 às 20h24.

Em 2026, a cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sediará a COP15, a Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS).

O evento, que acontece 23 e 29 de março do próximo ano, concentra os esforços globais para proteger espécies migratórias essenciais para o equilíbrio ecológico do planeta. Durante a conferência, governos, cientistas, povos indígenas, comunidades tradicionais e a sociedade civil se reunirão para discutir soluções para as crescentes ameaças que afetam animais que atravessam fronteiras internacionais.

Com a confirmação, o bioma Pantanal abrigará o evento focado na conservação ambiental e proteção dos animais, tópicos essenciais devido às crises vividas pela região nos últimos anos: em 2024, o Pantanal perdeu 17% da sua área, com um total de 2,6 milhões de hectares desmatados.

O Brasil é membro da CMS desde 2015 e abriga milhares de espécies migratórias, incluindo a onça-pintada, o falcão-peregrino e espécies de baleias, tartarugas e tubarões.

Em nota, Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou a importância do evento, afirmando que sediar a COP15 em Campo Grande é uma oportunidade de avançar nas políticas de preservação. “É uma grande honra receber essa conferência e estamos determinados a avançar em políticas eficazes para garantir que as futuras gerações usufruam das belezas e imensa diversidade dessa região", disse.

Proteção da biodiversidade

Segundo Amy Fraenkel, Secretária Executiva da CMS, a COP15 em Campo Grande será um marco para fortalecer a cooperação internacional e garantir que as futuras gerações possam continuar a se beneficiar da biodiversidade do planeta.

O relatório “Estado das Espécies Migratórias do Mundo” (2024) alerta sobre o aumento das ameaças à sobrevivência dessas espécies. A superexploração e a perda de habitats são as principais ameaças, exacerbadas pela mudança climática, poluição e a presença de espécies exóticas invasoras.

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Atualmente, 399 espécies migratórias ainda não possuem proteção internacional, prova da necessidade de uma ação coordenada em nível global para salvar essas espécies.

Durante a COP15, espera-se que sejam discutidos compromissos e ações voltadas para a conservação global. Entre os principais tópicos estão: fortalecer a proteção de corredores migratórios, combater a caça ilegal e a superexploração das espécies, e implementar novas ações de conservação. Além disso, a conferência buscará impulsionar o Plano Estratégico de Samarcanda, que guiará as ações de proteção até 2032, e ampliar a conservação específica de espécies, como a Iniciativa da CMS para a Conservação da Onça-Pintada.

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