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Para 90% das empresas, o Brasil terá um papel relevante na COP30 (Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 13 de maio de 2025 às 08h00.
A poucos meses da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) divulgou dados exclusivos que refletem uma mudança significativa no posicionamento das empresas frente à crise climática.
De acordo com a pesquisa Comunicação e Engajamento Empresarial na COP30, 93% das empresas participantes já tratam a sustentabilidade como uma prioridade estratégica. Esse número evidencia um amadurecimento nas práticas corporativas, com a sustentabilidade deixando de ser uma questão periférica e se tornando central nas decisões empresariais.
Hamilton dos Santos, diretor-executivo da Aberje, afirma que esse dado é reflexo da pressão crescente por ações concretas. “As empresas estão sendo chamadas não só a adaptar suas operações, mas também a influenciar as políticas públicas ambientais”, comenta.
A COP30, que será realizada em Belém (PA), gera grandes expectativas, com 89% das empresas acreditando que o evento terá impacto relevante. As principais expectativas incluem: maior compromisso de países e empresas com a agenda climática (47%), a efetivação de negociações e projetos (39%) e o estabelecimento de acordos alinhados com os interesses dos setores produtivos (37%).
“O que nos chama a atenção é o desejo de resultados concretos. As empresas não querem apenas acompanhar, mas também cocriar soluções”, explica Santos, que vê a participação como uma oportunidade de contribuição ativa para o futuro da agenda climática global.
"Estamos caminhando para o precipício climático", diz Walter SchalkaO estudo também revela que, para 52% das empresas, a COP30 será a primeira participação no evento. As que já estiveram presentes destacam a relevância da programação oficial e dos eventos paralelos, sendo que 70% participaram da programação principal, enquanto 60% estiveram presentes em eventos paralelos.
As ações práticas resultantes dessas participações incluem maior aproximação com tomadores de decisão (40%) e o aprimoramento da estratégia ESG (38%).
A pesquisa também aponta que 90% das empresas já possuem uma área estruturada de sustentabilidade, com a maioria dessas áreas subordinadas a altos níveis executivos, como diretorias e superintendências. Para Hamilton dos Santos, essa formalização é um passo crucial. "É essencial que a área de sustentabilidade tenha autonomia e influência interna, além de comunicação ética e criteriosa", comenta.
Para 90% das empresas, o Brasil terá um papel relevante na COP30, com 53% delas considerando esse espaço muito importante.
“Nos últimos anos, a COP deixou de ser apenas um encontro diplomático e passou a incluir também a iniciativa privada e a sociedade civil. As empresas agora têm uma oportunidade para mostrar o que estão fazendo e construir alianças estratégicas”, afirma Santos.
Após ano recorde, Brasil se torna quarto maior mercado de energia solar do mundoA pesquisa ouviu empresas privadas nacionais (31%) e multinacionais (49%), com maior concentração na região Sudeste, especialmente em São Paulo (57%). As empresas representaram 32 setores da economia, com destaque para Energia/Bioenergia (15%), Agropecuário (7%), Tecnologia da Informação (6%), Alimentos e Bebidas (5%) e Seguros/Previdência Privada (5%).