Parceiro institucional:
Lago voltou a afirmar que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris enfraquece o multilateralismo (Antônio Temóteo )
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 10 de março de 2025 às 11h01.
Última atualização em 10 de março de 2025 às 11h44.
O presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), embaixador André Corrêa do Lago, afirmou nesta segunda-feira, 10, que Brasil e Azerbaijão apresentarão um relatório durante o evento para detalhar os caminhos para aumentar o financiamento global para a transição climática de US$ 300 bilhões para US$ 1,3 trilhão.
“Queremos, imensamente, que venham também contribuições de todos os organismos que podem contribuir para chegarmos ao montante de US$ 1,3 trilhão [para financiar a transição climática]. Esse número é alto e exige uma mudança no modelo de financiamento. Esses recursos são não serão doados pelos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento”, disse.
As declarações de Lago ocorreram durante coletiva à imprensa, no Itamaraty, para anunciar a divulgação de uma carta da presidência da COP 30 em que ele convoca o mundo para agir coletiva e urgentemente em um “mutirão” contra a mudança do clima. O documento destaca a necessidade de cooperação internacional para acelerar a implementação, além de soluções climáticas, em uma nova década de ação global para combater a crise climática.
“Queremos aumentar a força e a relevância do multilateralismo. Estamos em um momento complexo e devemos fortalecer o multilateralismo. Não podemos deixar que as negociações climáticas se enfraqueçam quando a mudança do clima, comprovadamente, está perto de nós”, disse.
Lago ainda afirmou que um dos objetivos da carta e do evento é conectar a sociedade civil para superar a abstração que existe nessas negociações e como atingem a vida das pessoas.
“Há um percepção que as negociações são abstratas e não se conectam com a vida real das pessoas”, disse.
O terceiro ponto central da carta, segundo Lago, é alertar para a necessidade de acelerar a implementação do Acordo de Paris.
“Fechamos em Baku a maioria dos temas do acordo. Estamos em regulamentação dos temas, mas as negociações principais já foram feitas. Precisamos passar para a ação. Um dos motivos para os quais as pessoas se descontam é que as negociações não os atingem. Nós nos damos conta que precisamos ir além da Convenção do Clima e do Acordo de Paris”, disse.
Lago voltou a afirmar que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris enfraquece o multilateralismo. Apesar disso, ele afirmou que o caminho das negociações ainda é o melhor para resolução dos problemas globais.
“Não há a menor dúvida que a saída dos Estados Unidos enfraquece o multilateralismo. E nós e a esmagadora maioria dos países ainda acham que o multilateralismo é o caminho para achar saídas para os problemas comuns de todos”, disse.