ESG

Oferecimento:

LOGOS_Lojas-Renner
Sem nome (500 x 300 px)
randoncorp
CBA_1c0d9a
HYDRO
GOV PARÁ
ALLOS
LOGO SITE AGROPALMA PRETO
epson

COP30 mobiliza US$ 1 tri para renováveis, mas lentidão é obstáculo, diz secretário da ONU

'Existe vontade, mas falta velocidade para implementar as mudanças', afirmou Simon Stiell na sessão que abre a segunda semana da Conferência

Simon Stiell, secretário do clima da ONU: "Não podemos perder tempo com atrasos táticos. Agora é a hora de arregaçar as mangas" (Leandro Fonseca /Exame)

Simon Stiell, secretário do clima da ONU: "Não podemos perder tempo com atrasos táticos. Agora é a hora de arregaçar as mangas" (Leandro Fonseca /Exame)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 12h13.

Belém - A segunda semana da Conferência da ONU sobre as Mudanças do Clima (COP30) teve início nesta segunda-feira, 17, com a informação de que as nações participantes se comprometeram em investir US$ 1 trilhão nos próximos anos com foco em atingir a meta de produção e uso de energias limpas e combustíveis sustentáveis prevista para 2035, que seria de quadruplicar essa indústria em 10 anos.

“As novas medidas e os investimentos em adaptação refletem um fato inegável: essa nova economia está surgindo mais rápido do que as previsões”, disse Simon Stiell, secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), na abertura da plenária que dá início as discussões do dia.

Ele ainda citou o investimento em energia renovável no último ano em todo o mundo: mais de US$ 2,2 trilhões, acima do PIB de muitas nações, conforme afirmou. “Esse progresso é parte de uma missão crucial em uma nova era: aproximar o processo climático da economia real e espalhar seus benefícios para milhões de pessoas”, declarou.

Negociação lenta enquanto urgência cresce

Apesar dos avanços, Stiell afirmou que o ritmo da mudança na economia real não tem sido acompanhado pelas negociações. “Existe vontade, mas falta velocidade para implementar as mudanças”, disse. “Desastres climáticos estão matando pessoas, elevando os preços dos alimentos e destruindo economias. Todos sabemos o que está em risco.”

Para ele, a solução para reverter os efeitos do clima extremo e acelerar as discussões é uma cooperação internacional diante do mundo fragmentado a partir das necessidades climáticas. O secretário declarou que vê a determinação nos países para construir o progresso nas discussões sobre o clima na COP30, o que pode impactar na velocidade com que as ações serão feitas e garantir que as mudanças sejam justas com toda a população.

De inovação diplomática a impasses políticos: o balanço da 1ª semana da COP30

Outra preocupação declarada por Stiell é que as negociações mais difíceis demorem a entrar na pauta. Dessa forma, os países teriam pouco tempo para entender os termos discutidos.

“Conclamamos a todos a chegarmos às questões mais difíceis rapidamente. Quando entramos na ‘hora extra’, todos acabam perdendo”, explicou.

O secretário pediu que o debate mude o foco nas promessas futuras para tratar do que já está sendo feito. “Não podemos perder tempo com atrasos táticos. Agora é a hora de arregaçar as mangas, unirmo-nos e fazer acontecer”, disse.

O que ainda trava as negociações?

A declaração de Simon Stiell ocorre em meio a entraves centrais que interrompem o avanço das negociações, apesar do esforço diplomático da presidência brasileira da COP30. O principal impasse vem do bloqueio de países africanos à definição de indicadores da Meta Global de Adaptação, aprovada na COP28 e ainda sem mecanismos de medição.

Sem consenso sobre adaptação, temas como a eliminação dos combustíveis fósseis ficam estagnados. Ao mesmo tempo, a promessa de US$ 300 bilhões anuais para financiar a transição em países em desenvolvimento segue indefinida, com disputas sobre prazos e instrumentos de repasse. O governo ainda avalia criar um roteiro até a economia limpa, mas o tema não entrou formalmente na agenda de negociação.

Acompanhe tudo sobre:COP30Mudanças climáticasEnergia renovável

Mais de ESG

COP30 entra em semana decisiva com Alckmin e ministros de 160 países em Belém

Bioeconomia transforma a Amazônia na nova fronteira do mundo, diz diretor da Assobio

De inovação diplomática a impasses políticos: o balanço da 1ª semana da COP30

Setor privado deve protagonizar agenda florestal, defende Roberto Waack