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Turquia receberá COP31: informação já circula entre participantes da COP30 após rodadas de negociações. (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 20h32.
Última atualização em 19 de novembro de 2025 às 20h56.
A disputa entre Turquia e Austrália para definir qual seria o país-sede da COP31 chegou ao fim: a próxima Conferência do Clima da ONU será realizada no território turco, mas a liderança será australiana.
O acordo incomum foi a maneira encontrada pelas nações para resolver o impasse que já durava meses. A decisão foi anunciada durante a COP30 em Belém, Brasil, nesta terça-feira, 19.
Pelo arranjo estabelecido, a Turquia ficará responsável pela infraestrutura e organização do evento em 2026, enquanto a Austrália assumirá a presidência da conferência, conduzindo as negociações e definindo as prioridades da agenda climática.
A configuração é considerada inédita no histórico das COPs.
Embora o anúncio formal ainda não tenha sido feito, a informação já circula entre participantes da COP30 após rodadas de negociações realizadas na capital paraense pelos ministros de mudança do clima Murat Kurum (Turquia) e Chris Bowen (Austrália).
O desenho precisa passar pela aprovação do grupo regional que reúne ambos os países, de Estados da Europa Ocidental e Outros. As sedes das COPs seguem um sistema rotativo entre blocos geográficos.
A posição de liderança coloca a Austrália sob os holofotes internacionais. Como terceiro maior exportador mundial de combustíveis fósseis, o país enfrenta cobranças crescentes das nações insulares do Pacífico, que exigem compromissos mais firmes com o fim da era do carvão, petróleo e gás.
Mais de 80 países já manifestaram na COP30 apoio a uma eliminação acelerada dos combustíveis fósseis, com prazos e metas definidos, parte do chamado Mapa do Caminho para a transição.
Para 2027, a definição foi recente. A Etiópia venceu a disputa africana para receber a COP32, superando a candidatura nigeriana na decisão tomada na semana passada.