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Marina Silva: ministra chamou a derrubada de vetos de 'verdadeira demolição do licenciamento ambiental' (Bruno Peres/Agência Brasil)
Repórter
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 09h56.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira, 28, que a decisão do Congresso Nacional de derrubar parte dos vetos do governo à nova lei de licenciamento ambiental é uma "demolição da legislação".
Marina disse que o governo estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). "Para a população não ficar desamparada, estamos considerando fortemente a judicialização. Todos os cidadãos têm direito a um ambiente saudável", afirmou a ministra.
Na quinta-feira, 27, em sessão conjunta, o Congresso derrubou 56 dos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à nova lei de licenciamento ambiental. Na Câmara dos Deputados, o placar foi de 295 votos pela derrubada e 167 para manter os vetos da presidência. No Senado, o placar ficou em 52 votos a 15.
Marina disse que o novo texto aprovado pelo Legislativo é uma "verdadeira demolição do licenciamento ambiental".
"As tragédias evitadas não podem ser contabilizadas. Só que, a partir de agora, com essa demolição, elas serão potencializadas. E, agora num contexto mais difícil do que antigamente, com desequilíbrio climático — até tornados já temos no Brasil — isso é desequilíbrio do clima. No momento que a sociedade mais precisa de proteção, temos a demolição da legislação", disse a ministra.
Segundo nota oficial divulgada pelo Executivo na quarta-feira, os vetos tinham como finalidade “proteger o meio ambiente em todos os biomas, bem como a saúde da população brasileira”. O comunicado ressaltou que o governo considera o licenciamento ambiental um instrumento essencial para o desenvolvimento sustentável.
Entre os trechos vetados estavam dispositivos que dispensavam o licenciamento para atividades como manutenção de estradas e obras consideradas de utilidade pública, além de permitir o licenciamento autodeclaratório, ou seja, sem análise prévia de órgãos ambientais.
Há ainda sete vetos à lei de licenciamento ambiental que não foram analisados na sessão desta quinta-feira. Esses dispositivos tratam da criação da LAE (Licença Ambiental Especial). O adiamento da votação desses pontos foi resultado de um acordo entre governo e oposição. A justificativa é que a LAE também está sendo discutida em uma medida provisória que ainda tramita no Congresso.
A LAE permite ao governo federal escolher projetos que passarão a ter prioridade no processo de licenciamento, a partir de critérios definidos por um conselho. O modelo tem potencial para acelerar empreendimentos considerados estratégicos, como a exploração da margem equatorial brasileira, incluindo a Foz do Amazonas, cuja autorização foi concedida em outubro.
*Com informações do Globo