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Entre esses desastres naturais, os ciclones representaram 54% dos deslocamentos e as enchentes, 42% (DANIEL LEAL/AFP/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 20 de maio de 2025 às 12h14.
Última atualização em 20 de maio de 2025 às 12h30.
O número de pessoas deslocadas dentro de seus próprios países chegou a 83,4 milhões em 2024, segundo o Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos (IDMC). Esse é o maior registro da série histórica e equivale à população da Alemanha, sendo mais que o dobro do número de seis anos atrás.
Embora os conflitos armados e a violência ainda sejam a principal causa dos deslocamentos internos, desastres naturais relacionados ao clima tiveram um aumento expressivo. Em 2024, foram registrados 45,8 milhões de deslocamentos por eventos como ciclones, enchentes e tempestades — o maior número desde o início dos registros em 2008.
Entre esses desastres naturais, os ciclones representaram 54% dos deslocamentos e as enchentes, 42%. Os efeitos foram sentidos em todos os continentes, do Chade ao Brasil, do Afeganistão às Filipinas, e também na Europa. Os Estados Unidos registraram 11 milhões de deslocamentos internos por desastres naturais, o maior número já contabilizado para um país.
No lado dos conflitos, o Sudão lidera com 11,6 milhões de deslocados internos por causa da guerra civil, o maior número absoluto para um único país. Na Faixa de Gaza, quase toda a população segue deslocada, com famílias forçadas a fugir repetidamente devido aos bombardeios.
Desde 2009, o número de países que registram deslocamentos tanto por conflitos quanto por desastres naturais triplicou. Mais de 75% das pessoas deslocadas por violência vivem em países altamente vulneráveis às mudanças climáticas, o que agrava a situação.
Especialistas do IDMC ressaltam que as mudanças climáticas ampliam a vulnerabilidade das populações, especialmente em áreas de conflito ativo, tornando as crises mais complexas e prolongadas.
Para enfrentar o problema, apontam a necessidade de respostas imediatas e políticas de longo prazo, com foco em adaptação climática, mitigação, infraestrutura resiliente e políticas que permitam realocação voluntária e digna.
O financiamento global para essas ações ainda está abaixo do necessário, e cortes recentes na ajuda humanitária dificultam o suporte às populações deslocadas e a manutenção dos sistemas de monitoramento.