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Em meio à guerra entre Israel e Irã, ONU alerta para recorde global de violência contra crianças

Novo relatório das Nações Unidas revela que 2024 foi o ano mais violento desde 1996 e foram mais de 41 mil violações contra menores de 18 anos em diferentes regiões do mundo

O relatório clama por um apelo urgente à comunidade internacional por medidas concretas na proteção dos direitos fundamentais das crianças em zonas de conflito (Getty Images)

O relatório clama por um apelo urgente à comunidade internacional por medidas concretas na proteção dos direitos fundamentais das crianças em zonas de conflito (Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 20 de junho de 2025 às 13h00.

Enquanto o mundo vive a segunda semana de guerra entre Israel e Irã, um novo relatório da ONU alerta para patamares alarmantes de violência contra crianças em zonas de conflito.

Em 2024, os incidentes fatais aumentaram 25% em comparação ao ano anterior e bateram um recorde desde o início dos registros em 1996. 

No total, foram mais de 41 mil violações contra menores de 18 anos em diferentes regiões, sendo que 22.495 acabaram sendo diretamente afetadas por mortes, ferimentos, negação de assistência humanitária ou recrutamento forçado para conflitos armados.

No início de 2025, o Papa Francisco chegou ainda a denunciar a situação global, dizendo em uma cúpula do Vaticano que "nada vale a vida de uma criança" e que vê-las "morrer sob bombas é inaceitável". Um dos grandes legados do seu papado foi a luta constante pela paz mundial e fim das guerras. 

Guerra em Gaza liga alerta

Enquanto os olhos estão no ataques ao Irã, a guerra de Gaza nos últimos 20 meses segue matando milhares de palestinos. Entre as vítimas, 70% são mulheres e crianças. 

O novo relatório identificou 4.856 casos de crianças afetadas pelo conflito, a maioria perpetrada pelas forças de segurança israelenses -- incluindo mortes, ferimentos e negação de autorizações para tratamento médico.

Além disso, foram documentados 22 casos de meninos palestinos utilizados como escudos humanos e cinco casos similares na Cisjordânia. 

"Estamos em um ponto sem retorno", alertou Virginia Gamba, representante especial do secretário-geral da ONU para crianças e conflitos armados.

"Crianças que vivem em meio a hostilidades estão sendo privadas de sua infância. Em vez de reconhecer a proteção especial concedida. governos e grupos armados em todo o mundo ignoram descaradamente o direito internacional", disse Virginia.

Além dos territórios palestinos, o relatório destacou o agravamento da situação na República Democrática do Congo, onde mais de 4.000 incidentes foram registrados. Mais da metade desses casos envolveu o recrutamento do público infantil por grupos armados não estatais.

A Somália, Nigéria e Haiti também foram identificados como países com escalada significativa da violência contra menores em contextos de conflito armado.

Violência sexual

Um número que preocupa é a alta de 35% na violência sexual contra crianças, totalizando quase 2 mil casos. O Haiti liderou com mais de um quarto dos registros no ano passado e 406 episódios de estupro, sendo 160 coletivos.

Em seguida, vem a Nigéria com 419 casos, República Democrática do Congo com 358 casos e Somália com 267. Segundo a ONU, o padrão perturbador mostra que a violência sexual está sendo sistematicamente utilizada como estratégia.

"É um crime que antes ocorria nas sombras, mas agora está sendo cada vez mais usado como uma tática aberta de guerra", destacou Inger Ashing, CEO da Save the Children International.

Outra tendência alarmante foi o aumento no número de crianças sofrendo múltiplas violações simultaneamente: saltaram de 684 em 2023 para 3.137 em 2024, especialmente em situações envolvendo sequestros, recrutamento forçado e violência sexual.

Apelo por ação imediata

Especialistas alertam que se a tendência atual não for revertida, é possível termos uma geração inteira de crianças traumatizadas, com consequências devastadoras para a estabilidade e desenvolvimento futuro das regiões afetadas.

"Normalizar esse nível de violência é aceitar o desmantelamento da nossa humanidade coletiva. O nível de alarme é sem precedentes. Os governos precisam agir imediatamente para reverter a maré de luto, trauma e perda sofridos pelas crianças", disse em comunicado Helen Pattinson, CEO da War Child UK.

O relatório clama ainda por um apelo urgente à comunidade internacional por medidas concretas na proteção dos direitos fundamentais das crianças em zonas de conflito e preservação de vidas.

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