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Empresas brasileiras apostam na IA para acelerar metas ESG em ano de COP30, diz estudo

Segundo pesquisa da Amcham com a consultoria Humanizadas, 60% dos líderes empresariais priorizam a tecnologia como vetor de transformação de negócios em 2025

Apesar do avanço, a adoção da IA em iniciativas ESG ainda esbarra na falta de métricas padronizadas e no baixo preparo técnico de parte do setor empresarial (PUGUN SJ/iStockphoto)

Apesar do avanço, a adoção da IA em iniciativas ESG ainda esbarra na falta de métricas padronizadas e no baixo preparo técnico de parte do setor empresarial (PUGUN SJ/iStockphoto)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 5 de maio de 2025 às 15h45.

Última atualização em 5 de maio de 2025 às 15h54.

No mesmo ano em que o Brasil irá sediar a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) pela primeira vez, a inteligência artificial passa a ocupar lugar central nas estratégias de sustentabilidade das empresas brasileiras.

É o que aponta o levantamento da Amcham Brasil com a consultoria Humanizadas: 60% dos líderes empresariais apostam nesta tecnologia como vetor de transformação de negócios neste ano.

Entre outros dados, a pesquisa revelou que 76% dos negócios avançam na agenda, mas mensurar os desafios ainda é o principal desafio. 

Já as práticas ESG (ambiental, social e governança) aparecem como prioridade estratégica para 51% dos entrevistados. O alinhamento entre inovação e metas sustentáveis é uma tendência que vem se intensificando diante da pressão de consumidores, investidores e reguladores por maior responsabilidade socioambiental.

“Mais do que eficiência, a IA traz rastreabilidade e ação inteligente às boas práticas”, disse Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, empresa especializada em soluções digitais.

Os dados em tempo real podem ajudar a antecipar riscos, prever cenários e responder com mais agilidade.

Segundo um relatório da PwC, o uso de IA pode reduzir em até 4% as emissões globais de carbono, o equivalente a 2,4 bilhões de toneladas, volume similar ao emitido anualmente por Austrália, Canadá e Japão. A consultoria avaliou quatro setores críticos para a economia: agricultura, água, energia e transporte. 

No agronegócio, dados da McKinsey indicam redução de até 25% no uso de fertilizantes e água por meio de técnicas de agricultura de precisão baseadas em algoritmos.

Além do impacto ambiental, a COP30 em Belém do Pará reforça o papel do setor privado na agenda climática.

“Há uma oportunidade de o Brasil se posicionar como referência em inovação verde”, complementou Vinicius. Segundo ele, empresas que conseguirem alinhar tecnologia e impacto socioambiental devem ganhar vantagem competitiva global.

Desafios e gargalos rumo à sustentabilidade

Apesar do avanço, a adoção da IA em iniciativas ESG ainda esbarra na falta de métricas padronizadas e no baixo preparo técnico de parte do setor empresarial.

Segundo a consultoria Capgemini, apenas 12% das companhias que usam IA generativa monitoram sua pegada ambiental.

Um dos grandes dilemas do uso da tecnologia é seu intensivo uso de eletricidade e água em data centers, aqueles centros projetados para abrigar servidores, armazenar dados e processar as informações.

Mesmo assim, o FMI prevê que a IA deve aumentar o PIB global em 0,5% ao ano e superará custos ambientais até 2030. 

Sem governança, especialistas alertam que há uma dificuldade de mensuração de impacto e um maior risco de se ampliar desigualdades. Por outro lado, o estudo também mostra que cresce a preocupação das empresas com o uso responsável da IA. 

“A combinação entre IA e metas sustentáveis será cada vez mais determinante para o desempenho empresarial. Integrar essas tecnologias é o que vai separar líderes e retardatários na próxima década", concluiu Vinicius.

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