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A exposição pode ser visitada gratuitamente de terça a domingo, das 10h às 17h (Letícia Ozório/Exame)
Repórter de ESG
Publicado em 1 de junho de 2025 às 15h09.
Última atualização em 2 de junho de 2025 às 18h31.
O Museu das Favelas, no centro histórico de São Paulo, prorrogou a exposição “Racionais MC’s: O Quinto Elemento” até 31 de agosto de 2025. A mostra, que estreou em dezembro de 2024 e já recebeu mais de 80 mil visitantes, destaca a origem, trajetória e o impacto cultural do quarteto de rap paulista formado por Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e KL Jay.
A exposição, com curadoria de Eliane Dias, premiada na edição de 2024 do Prêmio APCA e pelo Portal Pepper, foi desenvolvida como um encontro entre memória, arte e identidade periférica.
O percurso da exposição conduz os visitantes por eixos temáticos concebidos pelo Atelier Marko Brajovic, que traduzem a força das palavras e a energia dos Racionais MC’s.
A comunicação visual, assinada pelo coletivo Vilanismo, explora o caráter físico e analógico do acervo, que inclui objetos pessoais como o kimono de jiu-jitsu de Ice Blue, discos de vinil de KL Jay e escritos à mão que deram origem ao clássico “Diário de um Detento”, de Mano Brown.
O conceito do “quinto elemento” representa a consciência que transforma vidas da cultura hip hop e soma-se aos quatro rappers do quarteto, que marcam gerações desde os anos 1980.
Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, ressaltou a importância da mostra para dar voz às narrativas periféricas no centro da cidade: “Estar aqui nessa nova sede, no marco zero da cidade, é poder recontar a história das favelas de São Paulo”. Sobre a prorrogação, destacou: “Prorrogar essa exposição é seguir abrindo espaço para que as vozes das favelas ocupem o centro, com a força transformadora que sempre tiveram.”
Ricardo Piquet, diretor-geral do IDG — Instituto de Desenvolvimento e Gestão, responsável pela gestão do museu — reforçou que “esperançar futuros possíveis passa justamente por reconhecer e valorizar as narrativas que nascem nas periferias e inspiram o mundo”.
Durante a abertura da mostra, a EXAME conversou com os quatro integrantes, que destacaram aspectos centrais da trajetória do grupo. KL Jay definiu a exposição como “a história de quatro pretos brasileiros que já estavam juntos, ancestralmente falando, e se encontraram de novo”.
Para Ice Blue, a mostra revela a resistência do grupo não só contra o racismo, mas também contra “as seduções do dinheiro, da fama e do poder”.
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Edi Rock ressaltou a atualidade das letras, que continuam falando sobre questões que “parecem estar em looping”.
Mano Brown, por sua vez, apontou que “o verdadeiro racismo a gente só vai conhecer quando disputar os mesmos amores, os mesmos carros e perfumes”, reforçando os desafios ainda presentes hoje.
Na última sexta-feria, 30, o Museu lançou um minidocumentário inédito sobre a exposição em seu canal no YouTube. A produção reúne depoimentos dos integrantes, imagens de arquivo e registros da mostra, oferecendo uma nova perspectiva sobre a relevância cultural e social do grupo.
A exposição pode ser visitada gratuitamente de terça a domingo, das 10h às 17h, no endereço Largo Páteo do Colégio, 148 — no coração do centro histórico de São Paulo. A retirada antecipada de ingressos é necessária e deve ser feita pelo site do Museu das Favelas, sujeita à disponibilidade para o dia escolhido.
Para chegar no novo Museu das Favelas, agora localizado no Largo Páteo do Colégio, 148, o trajeto mais próximo é a partir da estação Sé, das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô, localizada a 240 m da instalação. Outras estações próximas são a São Bento, da Linha 1-Azul, a cerca de 500 m, ou o Terminal Bandeira, de transporte de ônibus, a cerca de 900 m do local.