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Fábrica de mosquitos 'anti-dengue' em Campinas pode proteger 100 milhões de pessoas por ano; entenda

Com o uso de mosquitos geneticamente modificados, a Oxitec visa controlar a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes

De acordo com um estudo da Universidade de Stanford, 19% dos casos de dengue ocorrem devido às mudanças climáticas (Gerard Rivest/Getty Images)

De acordo com um estudo da Universidade de Stanford, 19% dos casos de dengue ocorrem devido às mudanças climáticas (Gerard Rivest/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 15 de abril de 2025 às 14h51.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 16h14.

Uma megafábrica em Campinas (SP) vai ajudar no combate aos casos de dengue no Brasil, que estão em alta histórica desde o ano passado. A companhia Oxitec, focada no combate biológico de pragas, anunciou neste mês a maior biofábrica do mundo de mosquitos com a bactéria Wolbachia, uma proteção natural que impede a transmissão da doença.

Durante a reprodução, os mosquitos infectados transmitem a bactéria para as próximas gerações, o que reduz a propagação da dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika, chikungunya e febre-amarela.

A unidade poderá proteger até 100 milhões de pessoas por ano a partir da soltura desses mosquitos no Brasil e na América Latina. Até 2040, a Oxitec tem a meta de evitar a contaminação de até 1 bilhão de pessoas contra a dengue a partir da tecnologia, chamada de “Mosquito do Bem”.

Em nota, o CEO da companhia, Grey Fradsen, afirmou que a nova instalação representa um salto para tornar a tecnologia de mosquitos com Wolbachia mais acessível e econômica para os governos brasileiro e do mundo. “Estamos orgulhosos de ajudar a padronizar e dimensionar essa solução que salva vidas globalmente”, afirmou.

Natalia Ferreira, diretora-executiva da Oxitec no Brasil, contou que assim que a companhia conseguir a aprovação dos órgãos reguladores, começará a implantação no Brasil com o fornecimento de apoio às cidades de linha de frente da crise da dengue.

Mudanças climáticas e dengue

Com a intensificação dos efeitos das mudanças climáticas, ações de prevenção e combate ao vetor são ainda mais importantes. De acordo com um estudo da Universidade de Stanford, 19% dos casos de dengue ocorrem devido às mudanças climáticas.

O dado se explica pelo impacto do aumento das temperaturas e mudanças nos habitats naturais, que levam à migração dos mosquitos vetores para além das zonas tropicais e subtropicais. Atualmente, a dengue já se tornou uma doença endêmica em mais de 130 países.

As temperaturas entre 20°C e 29°C são as que mais favorecem a transmissão e a proliferação da dengue — o que explica o aumento dos casos durante o ano de 2024, considerado o mais quente da história em todo o mundo. Dados do Ministério da Saúde indicam que, no último ano, o país registrou quase 6,5 milhões de casos prováveis da doença, com 5.972 mortes em decorrência dos sintomas.

Quais são os sintomas da dengue?

Com o aumento dos casos de dengue desde o início de 2024, é importante estar atento aos sintomas e buscar ajuda médica imediatamente caso surjam sinais da doença. A dengue pode variar de um quadro subclínico, sem sintomas, a casos graves que exigem cuidados médicos rápidos. Os sintomas da dengue incluem:

  • Febre alta
  • Dor de cabeça
  • Dor atrás dos olhos
  • Dor muscular generalizada
  • Vômitos
  • Diarreia

Em casos leves, os sintomas podem desaparecer em até sete dias. No entanto, é essencial procurar um diagnóstico médico, já que esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como malária, Covid-19 e leptospirose.

O alerta para os sintomas mais graves, como:

  • Dor abdominal intensa
  • Vômitos recorrentes
  • Diminuição da urina
  • Sangramentos (principalmente na gengiva ou em mucosas)

Nesses casos, é necessário buscar atendimento médico imediato, pois a intervenção, como hidratação endovenosa, pode ser necessária. O acompanhamento médico até a completa recuperação é vital para evitar complicações que podem ser fatais.

Dengue em 2025:

Em 2025, a dengue continua sendo uma preocupação significativa no Brasil, com o aumento de casos registrados e a redução dos óbitos em comparação com 2024.

Até o final de março de 2025, o país registrou 504 mortes pela doença, uma queda de 83,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando o número de óbitos foi alarmante, atingindo 3.028. São Paulo lidera os casos, representando 72,4% do total nacional, com 365 mortes registradas.

Brasil registra 504 óbitos por dengue em 2025; estado de São Paulo representa 72,4% do total

Embora a queda nos óbitos seja notável, o número de mortes ainda é elevado, e a doença continua sendo uma ameaça, especialmente para os grupos mais vulneráveis. O cenário é preocupante, pois a epidemia de dengue em 2025 segue uma tendência parecida com as dos anos anteriores, com aumento do número de casos nos meses mais quentes, principalmente na região Norte do Brasil.

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