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Futuro mais sustentável: investimentos na segurança alimentar de crianças são a melhor aposta

Crescentes desigualdades, crises econômicas, choques climáticos e conflitos estão intensificando a pobreza alimentar e a má nutrição infantil e a UNICEF atua no Brasil através da construção de políticas públicas

Fome no Brasil (Brazil Photos / Contributor/Getty Images)

Fome no Brasil (Brazil Photos / Contributor/Getty Images)

Unicef
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Colunista

Publicado em 13 de abril de 2025 às 08h00.

Última atualização em 14 de abril de 2025 às 16h31.

*Por Luciana Phebo, chefe de Saúde e Nutrição do UNICEF no Brasil

Nos dias 27 e 28 de março aconteceu, em Paris, o Summit Nutrition for Growth (N4G) Summit, durante o qual o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) fez um apelo para que governos, organizações da sociedade civil, fundações filantrópicas e e empresas reforcem seus compromissos com a nutrição de meninas e meninos em todo o mundo. Além disso, em 31 de março, é celebrado, no Brasil, o "Dia Nacional da Saúde e da Nutrição”.

Investimentos na segurança alimentar e nutricional das crianças são a melhor aposta para um futuro mais sustentável, estável e equitativo. Porém, alcançar a ambição do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, fome zero, é algo que depende de todos os setores da sociedade. E para que sejamos mais bem sucedidos nessa missão, precisamos trabalhar em colaboração e com foco nas prioridades, as quais aproveito para descrever abaixo.

  1. Acreditamos que o direito à alimentação e nutrição adequadas, que proporcionem a cada criança a oportunidade de crescer e desenvolver todo o seu potencial, deve começar ainda na gestação e nos primeiros anos primeira infância.
  2. É necessária uma aceleração urgente para enfrentar a pobreza alimentar e a má nutrição infantil. Apesar de três décadas de progresso na redução da desnutrição, estima-se que 150 milhões de crianças menores de cinco anos ainda não estejam crescendo e se desenvolvendo bem devido à desnutrição crônica.
  3. Igualmente preocupante é a epidemia de sobrepeso e obesidade que afeta 136 milhões de crianças de 6 a 10 anos em todo o mundo e que está se tornando rapidamente a forma dominante de má nutrição infantil em muitos lares pobres, tanto no norte quanto no sul global, o que inclui o Brasil.
  4. Crescentes desigualdades, crises econômicas, choques climáticos e conflitos estão intensificando a pobreza alimentar e a má nutrição infantil, especialmente em contextos frágeis e humanitários. Em contextos frágeis, uma em cada três crianças é afetada por pobreza alimentar e má nutrição infantil grave. Um dos principais fatores limitantes é que as iniciativas tradicionais de segurança alimentar negligenciam as necessidades nutricionais únicas das crianças e não abordam a nutrição infantil. Essas iniciativas se concentram em melhorar o acesso das famílias a alimentos básicos e a renda agrícola, negligenciando a necessidade de alimentos nutritivos, seguros e acessíveis para as crianças.
  5. Os sistemas de alimentação, saúde e proteção social falham em proteger o direito das crianças à nutrição:

A. Os sistemas alimentares falham ao não fornecer a milhões de crianças pequenas acesso adequado a alimentos nutritivos, seguros, acessíveis e diversificados;

B. Os sistemas de saúde falham ao não fornecer a crianças e famílias acesso a serviços essenciais de nutrição e apoio a práticas nutricionais positivas;

C. Os sistemas de proteção social falham ao não proteger crianças vulneráveis expostas a dificuldades econômicas, exclusão social e pobreza alimentar infantil contra a desnutrição na primeira infância.

O trabalho do UNICEF no Brasil

No Brasil, O UNICEF trabalha para contribuir com a construção de políticas específicas para incentivar a alimentação e os hábitos saudáveis, para reverter a desnutrição indígena e para prevenção de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. Focamos nossos esforços em diferentes frentes, incluindo:

  • Advocacy pela melhoria das políticas públicas e da legislação voltada ao tema da nutrição. Nesse sentido estamos promovendo a elaboração e implementação de leis municipais sobre escolas saudáveis, nas quais ultraprocessados são retirados do cardápio das merendas escolares e o tema alimentação saudável está no currículo escolar. Fazemos também incidência para a aumentar taxação seletiva de bebidas açucaradas e adoçadas. Assim, seu consumo a ser reduzido, reduzirá também a incidência de sobrepeso, obesidade e outras doenças como diabetes.
  • Apoio técnico a estados e municípios – principalmente nas regiões Norte e Nordeste e nos centros urbanos onde atua.
  • Conscientização da população sobre a importância do desenvolvimento infantil, do aleitamento materno, da atividade física, e da alimentação saudável de crianças e adolescentes;
  • Atuação em contextos de crise migratória e eventos climáticos extremos por meio de ações de avaliação nutricional e identificação precoce de casos de desnutrição infantil seguidos de contínuo monitoramento e encaminhamento para serviços especializados;
  • Olhar intersetorial para estados e municípios para que realizem a Busca Ativa Escolar, com foco na inclusão escolar – sabendo que a merenda escolar é um dos pontos importantes para a nutrição de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Como mencionei no começo, somente seremos bem-sucedidos nessa missão se trabalharmos em colaboração. É por isso que, para suas ações com foco na promoção de ambientes e alimentação mais saudáveis, o UNICEF no Brasil conta com a parceria estratégica de Novo Nordisk. E, para ações de enfrentamento à desnutrição indígena, com a parceria de Odontoprev. As iniciativas de saúde do UNICEF no Brasil também contam com a parceria estratégica da GSK

Junte-se a nós nessa ousada ambição de ter um futuro mais sustentável, estável e equitativo por meio de investimentos na segurança alimentar e nutricional de meninas e meninos de todo o País.

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