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Capacitação e socioaprendizagem: iniciativas como a jornada de socioaprendizagem do Espro têm se mostrado fundamentais (Espro/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 30 de julho de 2025 às 16h38.
Enquanto alguns discursos tentam enquadrar a geração Z como um grupo pouco preparado para o mundo do trabalho, a realidade vivida por boa parte desses jovens no Brasil é marcada por obstáculos estruturais profundos. Nascidos em uma era de hiperconectividade, eles cresceram em meio a promessas de inovação e mobilidade social, mas enfrentam questões como evasão escolar persistente, vulnerabilidade social e desemprego.
“A tendência natural é pensar que diferentes gerações enfrentam problemas distintos. Mas, especialmente para os jovens que passam pelo ensino público, muitos desses obstáculos são os mesmos de gerações anteriores”, diz Alessandro Saade, superintendente executivo do Ensino Social Profissionalizante (Espro), em conversa com a EXAME.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Educação 2024, realizada pelo IBGE, cerca de 8,7 milhões de jovens entre 14 e 29 anos não concluíram o ensino médio no ano passado, seja por abandono escolar, seja por nunca terem frequentado a escola. A maioria dessa população é preta ou parda (72,5%) e enfrenta um conjunto de barreiras sociais que tornam o percurso educacional e profissional ainda mais desafiador.
O levantamento revela ainda que 42% dos jovens que abandonaram os estudos o fizeram para trabalhar. Os impactos dessa realidade são duradouros e limitam as perspectivas de futuro para toda uma geração.
Para reverter esse cenário, iniciativas como a jornada de socioaprendizagem do Espro têm se mostrado fundamentais. A entidade sem fins lucrativos atua em todo o Brasil com programas gratuitos que unem educação, capacitação profissional e acolhimento social.
No Programa de Aprendizagem Profissional (Jovem Aprendiz), por exemplo, nove em cada dez dos mais de 40 mil participantes anuais vivem em condições de média ou alta vulnerabilidade. Uma das exigências para participar do programa é justamente estar cursando ou ter concluído o ensino médio, fator que contribui para frear a evasão.
O Espro também oferece a Formação para o Mundo do Trabalho (FMT), voltada para adolescentes a partir dos 14 anos. Com mais de 100 horas de capacitação, o projeto desenvolve habilidades técnicas (hard skills) e comportamentais (soft skills), com turmas personalizadas de acordo com o perfil das empresas parceiras e suas metas de inclusão. Os jovens também têm acesso a psicólogos e assistentes sociais, além de projetos que abordam temas como direitos reprodutivos, gênero, saúde sexual e pobreza menstrual.
Para falar sobre a atuação do Espro na capacitação dos jovens brasileiros e seus resultados concretos, a EXAME recebeu Alessandro Saade para um bate-papo.
Confira: