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Grupo Ajinomoto traz ao Brasil solução que reduz em até 25% as emissões na pecuária

Tecnologia baseada em aminoácidos reduz impacto ambiental e os custos de produção, ajudando na descarbonização do setor responsável pela maior parte das emissões nacionais

O óxido nitroso é 270 vezes mais potente que o dióxido de carbono no aquecimento do planeta e se origina principalmente do esterco usado em solos agrícolas e fertilizantes sintéticos (Marcelo Coelho/Divulgação)

O óxido nitroso é 270 vezes mais potente que o dióxido de carbono no aquecimento do planeta e se origina principalmente do esterco usado em solos agrícolas e fertilizantes sintéticos (Marcelo Coelho/Divulgação)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 17 de outubro de 2025 às 15h30.

O setor do agronegócio, maior responsável pelas emissões brasileiras de gases de efeito estufa, enfrenta um desafio climático para além do carbono e metano: é o óxido nitroso, 270 vezes mais potente que o CO2 em termos de aquecimento do planeta e que se origina principalmente do esterco usado em solos agrícolas e fertilizantes sintéticos.

É nesse contexto que o Grupo Ajinomoto, maior produtora de aminoácidos do mundo, está introduzindo no mercado brasileiro um suplemento nutricional que promete contribuir para a descarbonização da cadeia pecuária.

A tecnologia amplamente já utilizada nos Estados Unidos pode reduzir em até 25% as emissões de óxido nitroso e cerca de 10% as de metano, evitando até 1 tonelada de CO₂ equivalente por animal ao ano.

Com um portfólio vasto de clientes, a companhia japonesa oferece soluções para a indústria alimentícia e tem como meta global reduzir em 50% seus impactos ambientais até 2030

Na pecuária, o óxido nitroso é liberado quando há excesso de proteína nas rações dos animais. "O animal vai ingerir, não vai utilizar e vai excretar para o ambiente, aumentando a poluição", explicou em entrevista à EXAME, Edgar Ishikawa, diretor de nutrição animal da Ajinomoto do Brasil.

A inovação se trata de um suplemento à base de lisina – aminoácido essencial para a síntese de proteína muscular e do leite em bovinos e seu diferencial é o encapsulamento patenteado pela companhia japonesa, que protege o nutriente durante a digestão.

Na prática, a partícula vai passar intacta pelo rúmen, chegar ao intestino delgado e se transformar em lisina para ser absorvida pelo corpo.

Segundo Edgar, a proteção é essencial porque permite que nutricionistas formulem rações mais precisas, com menores teores de proteína bruta, evitando os excessos que geram as emissões poluentes.

Janaína Padoveze, gerente de sustentabilidade da Ajinomoto do Brasil, complementou que a solução chega ao país em um momento estratégico. "O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo e detentor do segundo maior rebanho, nosso foco é ajudar o setor a descarbonizar", contou à EXAME.

O mercado brasileiro tem algumas particularidades em relação a outros países: os animais normalmente são criados em sistema extensivo a pasto até uma certa idade e depois vão a um confinamento onde recebem uma dieta concentrada "para desempenhar melhor nos últimos 100, 120 dias da vida de vida antes do abate", explicou Edgar.

Estratégia de sustentabilidade

A introdução no mercado brasileiro se alinha às metas globais do Grupo Ajinomoto de reduzir em 50% seus impactos ambientais até 2030.

"É uma solução que reforça nosso compromisso com a sustentabilidade, não só com o que é nosso aqui dentro, mas pela preocupação com os fornecedores e cadeias que nos relacionamos", destacou Janaína.

O produto, lançado globalmente em 2011, passou por reposicionamento recente. Inicialmente focado apenas em aumento de produtividade, há um ano a empresa começou a destacar seus benefícios ambientais.

Atualmente, toda a produção é centralizada nos Estados Unidos, de onde é exportada para todos os continentes. No entanto, os executivos contaram que já estão trabalhando para possibilitar produção local. 

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