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Instituto Clima e Sociedade lança hub para integrar agenda de clima e economia

O lançamento oficial acontece em evento na próxima terça-feira, 8, em parceria com a EXAME e também apresenta um prêmio para reconhecer estudos científicos

As mudanças climáticas podem reduzir o PIB global em 22% até 2100 (Freepik)

As mudanças climáticas podem reduzir o PIB global em 22% até 2100 (Freepik)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 2 de julho de 2025 às 18h00.

Última atualização em 2 de julho de 2025 às 18h39.

Não há como falar em clima sem pensar nos impactos econômicos bilionários -- e nem considerar o desenvolvimento de um país sem o combate efetivo das mudanças climáticas.

Visando integrar as duas agendas intrinsecamente conectadas, o Instituto Clima e Sociedade (iCS) lança na próxima terça-feira, 8, um hub voltado a fortalecer a interação entre centros de pesquisa, empresas e investidores na busca por uma economia de baixo carbono e socialmente justa.

"É uma oportunidade única para fortalecer o intercâmbio entre as diversas instituições pensando nas duas interfaces", destacou à EXAME Maria Netto, diretora executiva da organização filantrópica desde 2023.

O lançamento oficial acontece em parceria com a EXAME, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo YouTube da organização partir das 9h.

A iniciativa surge em um momento em que os custos da inação climática são cada vez mais evidentes no Brasil. A executiva relembra que apenas 5% das perdas causadas pelas enchentes históricas no Rio Grande do Sul estavam asseguradas, reforçando a vulnerabilidade econômica diante de eventos climáticos extremos cada vez mais intensos e frequentes.

Um estudo recente já revelou que a crise do clima pode reduzir o PIB global em 22% até 2100 e que os desastres relacionados causaram mais de US$ 3,6 trilhões (cerca de R$ 21 trilhões) em prejuízos financeiros.

"A agenda do clima está totalmente vinculada ao desenvolvimento econômico e social do Brasil. Queimadas e secas severas afetaram diretamente a produção agrícola, contribuindo para o aumento do custo dos alimentos — uma tendência que, infelizmente, tende a se intensificar e se tornar mais frequente nos próximos anos", destacou Netto.

Prêmio para pesquisa científica

Uma das principais iniciativas do hub será um prêmio para reconhecer estudos científicos que contribuam para alinhar a agenda econômica à ação climática no Brasil.

A primeira edição terá inscrições abertas entre 8 de julho e 8 de agosto e irá premiar três pesquisas na área. A expectativa é concluir antes da Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) realizada em novembro, em Belém do Pará, em um ano que a pauta ganha ainda mais força e o Brasil se torna vitrine de soluções.

Para Netto, a resposta à crise climática representa uma oportunidade de construir novos modelos de desenvolvimento.

"A transição demanda a criação de cadeias de valor e indústrias ligadas a energias renováveis, soluções baseadas na natureza, restauração de áreas degradadas e agricultura regenerativa, com potencial de gerar emprego, renda, ganhos de competitividade e inclusão social", afirmou.

Neste sentido, o hub nasce com a missão de atuar como articulador dessa transformação, conectando diferentes setores e apoiando a produção de análises econômicas, cenários de desenvolvimento sustentável e instrumentos de gestão de riscos climáticos.

"Nosso objetivo é impulsionar o conhecimento técnico, o compartilhamento de experiências e, sobretudo, a disseminação de dados, ferramentas, estudos e cenários que possam apoiar a tomada de decisão de gestores públicos e privados", detalhou a executiva.

Além disso, Netto reforça que o sucesso da agenda climática depende da formação de uma ampla rede de colaboração.

"É fundamental formar uma comunidade de instituições públicas e privadas com capacidade técnica para integrar as dimensões climática e econômica. Essa rede deve ser capaz de produzir dados, metodologias, ferramentas e recomendações que apoiem tomadores de decisão", defendeu.

Outro foco será no direcionamento de novos apoios filantrópicos do iCS em iniciativas que contribuam para integrar concretamente as duas agendas mirando o desenvolvimento nacional.

Programação do evento

O evento de lançamento no dia 8 de julho contará com dois painéis temáticos e acontece na sede da EXAME, das 9h às 13h.

O primeiro abordará as oportunidades da agenda climática para o desenvolvimento socioeconômico, com participação de Rogério Studart (CEBRI), Luciana Servo (IPEA) e Jorge Arbache (UnB).

Já o segundo focará no papel da economia aplicada ao clima para orientar políticas públicas, moderado por Bráulio Borges (IBRE-FGV), com a presença de Claudio Amitrano (IPEA), Juliano Assunção (Climate Policy Initiative/PUC-Rio) e Annelise Vendramini (FIA).

Durante a programação, será apresentada oficialmente a estrutura do hub e os detalhes do prêmio, com a participação dos membros do conselho da iniciativa, incluindo Walter De Simoni (iCS), Rogério Studart (CEBRI), Bráulio Borges (IBRE-FGV) e Annelise Vendramini (FIA).

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