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No último ano, a EXAME noticiou a estratégia de Vibra para capacitar e mobilizar motoristas e frentistas acerca dos efeitos de exploração sexual infantil
Repórter de ESG
Publicado em 21 de março de 2025 às 09h45.
Última atualização em 21 de março de 2025 às 09h47.
Em meio à agitação da Avenida Paulista, uma loja incomum chama a atenção dos pedestres que passam pelo Shopping Cidade São Paulo.
Diferente das tradicionais lojas de conveniência de postos de gasolina, que buscam oferecer praticidade, a "Loja de Inconveniência" da Vibra, distribuidora de combustíveis, apresenta aos visitantes uma experiência propositalmente desconfortável: embalagens redesenhadas exibem estatísticas chocantes sobre violência sexual contra crianças e adolescentes no país.
A instalação, aberta ao público entre 20 e 23 de março, faz parte da estratégia ESG da empresa para conscientizar a população sobre um problema grave e muitas vezes invisibilizado. Dados recentes do IPEA (2023) revelam que apenas 8,5% dos casos de violência sexual contra menores são denunciados no Brasil.
O CEO da Vibra, Ernesto Pousada, conta que o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes é um compromisso inegociável para a companhia. "A ação da Loja de Inconveniência reflete nosso propósito de unir forças para transformar essa realidade dolorosa”, explica. “A informação é uma ferramenta poderosa de mobilização, e estamos utilizando todos os nossos recursos para sensibilizar e engajar a sociedade nesta luta."
A escolha por trazer a manifestação para a loja de conveniência não foi aleatória. Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal identificou mais de 17 mil pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes ao longo das estradas brasileiras, sendo 4.791 em postos de combustíveis.
Criada pela agência PROS, a instalação oferece um percurso planejado para traduzir estatísticas em experiências sensoriais. Cada seção da loja foi concebida para provocar reflexão: na mercearia, embalagens de produtos de limpeza alertam que "71,5% dos casos de violência sexual são cometidos por parentes", segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
R$ 500 milhões e uma ambição: a estratégia da Vibra para ampliar seu espaço no agronegócioNa seção de brinquedos e doces, o público é confrontado com informações sobre as consequências psicológicas da violência sexual infantil, como depressão, transtornos alimentares e síndrome do pânico, conforme levantamento da Childhood Brasil.
"Em ações ligadas a temas sensíveis como este, a literalidade é essencial para entregar a mensagem de forma clara para diferentes públicos", explica Adriano Abdalla, Chief Creative Officer da PROS. "A Loja de Inconveniência é um tapa na cara, que traz luz ao tema de uma forma bastante visual, com compreensão instantânea e convite imediato à ação”, afirma.
A experiência inclui ainda elementos sensoriais como sons e alterações de clima, culminando no caixa, onde visitantes recebem uma "nota fiscal" que resume a gravidade do problema e reforça a importância das denúncias através do Disque 100.
A iniciativa se alinha ao Movimento Violência Sexual Zero, do qual a Vibra é signatária. No último ano, a EXAME noticiou a estratégia de Vibra para capacitar e mobilizar motoristas e frentistas acerca dos efeitos de exploração sexual infantil, trabalho que envolveu ainda as 77 transportadoras parceiras e informações em postos e eventos do setor automobilístico.
Ao todo, mais de 15 mil trabalhadores passaram pelo treinamento desde 2019, trabalho feito em parceria com a Childhood Brasil.