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Agricultores participantes do Florestas de Algodão: o modelo combina geração de renda, segurança alimentar e fortalecimento de comunidades rurais (Ahmad Jarrah/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 11 de novembro de 2025 às 14h30.
Última atualização em 11 de novembro de 2025 às 14h31.
Na terceira participação da Lojas Renner S.A. na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP30), que ocorre entre 10 e 21 de novembro, em Belém (PA), a companhia leva ao evento o projeto Florestas de Algodão, iniciativa inédita voltada à produção de matérias-primas sustentáveis e regenerativas a partir de sistemas agroflorestais.
O projeto, desenvolvido em parceria com a startup Farfarm e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é o primeiro do tipo lançado por uma varejista de moda no país. A proposta combina pesquisa científica, inclusão social e regeneração ambiental no bioma Cerrado — tema que dialoga diretamente com uma das principais pautas da COP30: a agricultura regenerativa baseada na natureza.
Na conferência, a empresa participa de dois painéis, um deles dedicado à apresentação do Florestas de Algodão. A iniciativa marca a continuidade da atuação da Lojas Renner S.A. na agenda climática internacional, que já incluiu presença nas COP27 e COP29. Recentemente, a varejista lançou uma coleção feita com algodão cultivado em sistema agroflorestal, misturado a algodão agroecológico e certificado.
Segundo Regina Durante, vice-presidente de Gente, Sustentabilidade e Relações Institucionais da companhia, a proposta busca conectar inovação, impacto social e enfrentamento das mudanças climáticas. “O projeto contribui para nossa visão de moda circular e regenerativa e reforça compromissos como a redução de 55% das emissões por peça produzida até 2030 e a neutralidade climática até 2050”, afirma.
Regina Durante, VP de Gente, Sustentabilidade e Relações Institucionais da companhia: projeto reforça compromissos como a neutralidade climática até 2050 (Claudio Belli/Divulgação)
Os resultados preliminares indicam ganhos relevantes em relação ao modelo convencional de monocultura do algodão. Nos sistemas agroflorestais, árvores nativas, espécies agrícolas e frutíferas são cultivadas de forma integrada, promovendo equilíbrio entre produção e conservação.
De acordo com análises da UFMT, as áreas implantadas sequestram, em média, 18,37 toneladas de CO₂ por hectare ao ano e apresentaram aumento de 38% na biodiversidade microbiológica sequestradora de carbono.
O modelo também favorece a retenção de água no solo, tornando o cultivo mais resiliente a períodos de seca — um ponto crucial em regiões do Cerrado, bioma considerado estratégico para a regulação hídrica do país.
O projeto também tem impacto econômico e social. A produtividade média do algodão cultivado na fazenda experimental da UFMT, em Santo Antônio do Leverger (MT), variou entre 1,3 e 2 toneladas por hectare. Nas entrelinhas do algodão, são plantados alimentos como milho, feijão e hortaliças, o que amplia a segurança alimentar e a renda das famílias envolvidas. Segundo os dados apresentados, cerca de dez famílias de agricultores participam da produção, e mais de 60% delas dobraram a renda anual proveniente do lote de terras entre 2023 e 2024.
Para Eduardo Ferlauto, diretor de Sustentabilidade da empresa, o projeto representa um novo modelo de produção. “Estamos ajudando a regenerar territórios, fortalecer comunidades e redesenhar a moda. Quando ciência e saber local se encontram, surge um novo paradigma de sustentabilidade”, diz.
Coleções sustentáveis: em outubro, as marcas Renner e Ashua lançaram uma coleção feita com algodão regenerativo, composto por uma mistura de algodão agroflorestal, agroecológico e certificado. (Renner/Divulgação)
Em outro painel, a Lojas Renner S.A. apresenta sua trajetória climática, iniciada em 2008, com a criação do Comitê de Sustentabilidade no Conselho de Administração. A companhia foi a primeira do setor no Brasil a obter aprovação da Science Based Targets initiative (SBTi) para seu plano de atingir o patamar Net Zero até 2050.
Em 2025, também se tornou a primeira varejista do mundo — e a segunda empresa global de qualquer setor — a publicar informações financeiras alinhadas às normas IFRS S1 e S2, que tratam da divulgação de dados relacionados à sustentabilidade. O relatório referente a 2024 apontou impacto líquido positivo de R$ 100 milhões no resultado operacional, mesmo diante dos efeitos de eventos climáticos extremos.
Para os próximos dez anos, a projeção indica geração líquida de caixa entre R$ 191 milhões e R$ 217 milhões, impulsionada principalmente pelo uso de energia renovável e pela ampliação da linha de produtos sustentáveis.

