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O estudo também destaca o crescimento sem precedentes no número de satélites lançados recentemente (Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 11 de março de 2025 às 15h38.
Última atualização em 11 de março de 2025 às 15h40.
Um estudo recente conduzido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) identificou que as mudanças climáticas podem afetar a operação de satélites, resultado da conexão significativa entre as emissões de gases de efeito estufa e mudanças na órbita terrestre.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature Sustainability, revela que o dióxido de carbono e outros gases estão causando a contração da termosfera, camada atmosférica onde circulam a Estação Espacial Internacional e milhares de satélites.
Este fenômeno, cujos feitos são menos conhecidos que o aquecimento global na superfície terrestre, representa um desafio importante para a sustentabilidade das operações espaciais nas próximas décadas, conforme explicam os cientistas responsáveis pelo estudo.
Quando a termosfera se contrai devido ao resfriamento causado pelos gases de efeito estufa, sua densidade diminui. Isso reduz o chamado "arrasto atmosférico" - o atrito natural que desacelera objetos em órbita. Com menos arrasto, satélites inativos e fragmentos de detritos espaciais permanecem em órbita por períodos mais longos do que o previsto anteriormente.
Entre os sistemas que podem ser afetados estão:
Estes serviços dependem da operação segura e eficiente de satélites em órbita terrestre baixa - precisamente a região afetada pelas mudanças na termosfera.
Utilizando modelos computacionais avançados, os pesquisadores projetaram diferentes cenários de emissões para avaliar o impacto futuro na densidade atmosférica. As análises indicam que, caso as emissões sigam em níveis elevados, a capacidade orbital segura poderá diminuir entre 50% e 66% até o final deste século.
O estudo também destaca o crescimento sem precedentes no número de satélites lançados recentemente. A última década apresentou um aumento expressivo na quantidade de objetos em órbita. Os dados mostram que nos últimos cinco anos foram lançados mais satélites do que em todos os 60 anos anteriores de atividade espacial combinados.
Os pesquisadores sugerem que este estudo oferece mais uma perspectiva importante para as discussões sobre políticas ambientais. A redução das emissões de gases de efeito estufa beneficiaria não apenas o clima terrestre, mas também contribuiria para a sustentabilidade das operações espaciais.
Empresas do setor aeroespacial já começam a desenvolver tecnologias para mitigar estes efeitos, incluindo sistemas aprimorados de manobra para satélites e técnicas de remoção ativa de detritos espaciais.