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Margarete Coelho, diretora do Sebrae nacional: "O futuro é feminino, as mulheres estão mais dispostas a empreender"
Repórter de ESG
Publicado em 31 de outubro de 2025 às 18h00.
Última atualização em 31 de outubro de 2025 às 18h25.
Em apenas quatro meses, o Selo ESG do Sebrae já cadastrou mais de 10 mil empresas em sua plataforma, sendo que mais de 8 mil já estão concorrendo ativamente à certificação.
Os números impressionam, mas a descoberta mais surpreendente está no comportamento dos pequenos empreendedores brasileiros: 70% deles já adotam práticas de sustentabilidade no dia a dia, mesmo que 80% afirmem não saber o que significa a sigla ESG.
"Isso me surpreendeu muito por que é uma informação incrível. Nós temos esse cenário, o mensuramos e entregamos para a sociedade", destacou Margarete Coelho, diretora do Sebrae Nacional, em entrevista ao videocast Negócios Sustentáveis da Exame.
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A constatação mostra que muitos pequenos negócios já incorporam práticas ambientais, sociais e de governança em suas estratégias.
Percebemos que atitudes como separar o lixo, economizar água ou reaproveitar materiais fazem parte da jornada que os empreendedores já dominam, disse a executiva.
"São pequenos gestos que no dia a dia, somados, vão nos dar o resultado que nós queremos de um meio ambiente mais sustentável", afirmou.
Assista aqui o episódio completo:Desenvolvido em parceria com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), o selo busca não apenas certificar, mas também educar os pequenos empreendedores sobre sustentabilidade.
Segundo Margarete, há uma preocupação em relação a aplicação desses conceitos e na democratização.
A plataforma é autoexplicativa: os empreendedores respondem perguntas, cadastram documentos solicitados e o sistema vai validando as informações, indicando os próximos passos e o nível de maturidade da empresa na sua estratégia ESG.
"É algo quase que intuitivo, fácil de fazer e hoje gratuito", destacou a diretora.
Para os primeiros 10 mil inscritos, o Sebrae arcou com os custos da certificação. A partir de agora, o valor será de R$ 69 — um investimento considerado acessível para qualquer pequeno negócio.
Além disso, a plataforma oferece ferramentas de gestão financeira e comercial. "Há a indicação das melhores práticas de contabilidade e também vamos guiando o usuário na sustentabilidade financeira", explicou Margarete.
Entre os recursos disponíveis, estão a indicação de padrões de consumo dos clientes e a sugestão de ações comerciais.
Para as grandes companhias, contratar fornecedores certificados representa uma garantia importante.
"Se você possui na sua cadeia o selo do Sebrae, é uma segurança de que não vai ter cabeça depois, visto que não contratou alguém que, por exemplo, não tem responsabilidade social ou ambiental", pontuou.
As mulheres representam uma fatia crescente do empreendedorismo brasileiro. Em apenas dois anos, a participação feminina saltou de aproximadamente 30% para 42% no mercado.
"O futuro é é feminino. Pesquisas indicam que as mulheres estão mais dispostas a empreender", observa a diretora. No entanto, muitas ainda mergulham de cabeça sem um planejamento adequado e precisam de um suporte.
Para romper barreiras em ambientes ainda hostis, como tecnologia e exportação, o Sebrae criou categorias específicas no prêmio Sebrae Mulher de Negócios.
A diretora também revelou que o selo é apenas o começo de uma jornada mais ampla.
Entre os planos do Sebrae estão o aprofundamento em temas como enfrentamento ao assédio, saúde mental no ambiente de trabalho e bem-estar dos colaboradores.
"Olhar para as boas práticas impactam positivamente no desempenho próprio, do funcionário. É sobre você ter um meio ambiente sustentável, do ponto de vista do bem-estar e saúde mental", ressaltou.
A meta é clara: conectar pequenos negócios entre si e com grandes cadeias produtivas e de exportação e mulheres empreendedoras.
"Nós somos 97%, representamos 30% do PIB, mas na exportação nós não chegamos nem a 1% ainda", lembrou. O foco? Mudar essa realidade.