Com uma pegada de carbono quatro vezes menor que a média global, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) se tornou referência internacional em descarbonização desta indústria altamente intensiva em energia e emissões.
Mas afinal, qual a fórmula da empresa para aliar produtividade e sustentabilidade? Em entrevista ao videocast Negócios Sustentáveis da EXAME, o CEO Luciano Alves revelou que o diferencial está na matriz energética 100% renovável, composta por hidrelétricas e, mais recentemente, por parques eólicos.
Desde sua fundação, a CBA mantém uma matriz de geração elétrica completamente limpa. A combinação de fontes é o principal fator que caracteriza o alumínio como de baixo carbono ou verde, atendendo à crescente demanda global por produtos sustentáveis.
A importância dessa escolha fica ainda mais evidente quando se compara com o restante da indústria. "A maioria dos produtores, especialmente os asiáticos, utilizam termoelétricas, então é por isso que você tem essa pegada maior", contextualizou Luciano.
Na visão do negócio, o alumínio deveria ser reconhecido globalmente como mineral crítico para a transição energética. Segundo o CEO, o metal é essencial para veículos elétricos, painéis solares e linhas de transmissão, além de ser mais leve e resistente para diversas aplicações.
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O ESG também é transversal à estratégia financeira. Em 2024, a empresa captou 425 milhões de reais em empréstimos vinculados a metas de redução de emissões.
Atualmente, 45% da dívida bruta está ligada a financiamentos verdes, uma estratégia que orienta os investimentos na ampliação da capacidade de processamento e modernização de operações.
Para 2025, estão previstos 750 milhões de reais para modernização das Salas Fornos, projeto que diminui o consumo de água e aumenta a eficiência energética.
Investimentos em tecnologia e inovação
Mas a estratégia de sustentabilidade da CBA vai além da matriz energética.
A companhia estabeleceu 33 objetivos até 2030, com metas ambiciosas de redução de emissões.
"A primeira meta dos próximos cinco anos é uma queda de 40% desde 2019, que é o ano-base. Atualmente, em 2025, já estamos em 33%", comemorou o CEO.
Para 2050, o objetivo é alcançar emissões líquidas zero, alinhada com boa parte da indústria global.
"Hoje em dia não existe ainda uma tecnologia que nos permita chegar ao Net Zero", reconhece Luciano.
Enquanto essa inovação não amadurece comercialmente, a reciclagem combinada com projetos de captura de carbono pode ser a chave, disse o executivo.
Entre os investimentos recentes, se destacam projetos em diversas etapas da cadeia produtiva. Em 2024, foram 520 milhões de reais destinados para a implementação de filtros-prensa em uma de suas barragens, reduzindo significativamente os riscos relacionados à umidade e tornando a disposição de resíduos mais segura e sustentável.
Outra iniciativa inovadora foi a substituição do combustível nas operações. "Nós substituímos o gás natural por biomassa na refinaria de alumina, que é uma parte do nosso processo produtivo", contou.
O resultado foi expressivo: segundo a consultoria que mede emissões de refinarias globalmente, a alumina da CBA é a de menor emissão no mundo.
O transporte da bauxita por meio de ferrovias também contribuiu para uma queda de 40% no impacto da operação, além de aumentar a capacidade de deslocamento do minério.
"Mesmo que eles tenham um benefício ambiental pequeno parte do todo, quando você coloca em conjunto, você tem um impacto relevante", observou o CEO.
Economia circular e impacto social
A reciclagem também ocupa papel central para na descarbonização. "A cada tonelada de material reciclado que você utiliza na sua produção de alumínio, você reduz em quatro toneladas de CO2 a sua emissão", disse Luciano.
Segundo estudos internacionais, aproximadamente 75% deste metal produzido historicamente ainda está em uso no mundo, graças à logística reversa. Isso torna a economia circular pilar fundamental para alcançar as metas de longo prazo da empresa.
O plano é expandir sua capacidade de reciclagem em 2025, com o novo Centro de Processamento em São José do Rio Preto, previsto para processar 5.000 toneladas anuais.
A coleta é multicanal, envolvendo sucata gerada internamente, retornada por clientes, centros de coleta próprios e parcerias com cooperativas e catadores.
"Temos um impacto social relevante, visto que há toda uma cadeia de catadores de sucata e de empresas que hoje trabalham com a coleta seletiva", destacou.
Perspectivas para a COP30
A CBA participará ativamente da COP30 em Belém do Pará, visando influenciar as discussões e inspirar o setor com boas práticas em prol de um alumínio de baixo carbono.
Para o CEO, o grande valor dessas conferências está nos avanços graduais. "Cada pequeno passo é importante, porque você está indo na direção correta", reflete. Ele também diz que a COP no Brasil tem um "gostinho especial", por destacar a indústria brasileira e seu papel no desenvolvimento de soluções verdes.
"O alumínio pode ser um vetor do desenvolvimento sustentável", concluiu o CEO.
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