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NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS: Como a Randoncorp tornou o ESG transversal em toda operação

Marcos Baptistucci, VP de Pessoas e Cultura, revela ao videocast da EXAME como a companhia gaúcha integrou uma estratégia que vai desde produtos sustentáveis até saúde mental dos colaboradores

A meta de reduzir 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 orienta o desenvolvimento de novos produtos na Randoncorp (Germano Lüders/Exame)

A meta de reduzir 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 orienta o desenvolvimento de novos produtos na Randoncorp (Germano Lüders/Exame)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 14h00.

Última atualização em 12 de setembro de 2025 às 17h23.

"O ESG não deve ser visto como elemento de vantagem competitiva, e sim de transformação social. Não é fator central, é transversal", disse Marcos Baptistucci, vice-presidente de Pessoas e Cultura da Randoncorp, em entrevista ao videocast Negócios Sustentáveis da EXAME.

Isto porque, na companhia gaúcha de transporte e mobilidade, a estratégia ambiental, social e de governança guia toda operação e integra a sustentabilidade desde a concepção de produtos inovadores até programas pioneiros de saúde mental para colaboradores.

Presente em 125 países com 19 mil funcionários, Marcos garante que "não há risco do negócio sofrer pressões extremas e recuar em seu legado de impacto", mesmo em um cenário político complexo de guerras e com Trump no poder nos Estados Unidos levando a uma série de retrocessos na agenda climática e social. 

"Não muda em absolutamente nada aquilo que acreditamos. Não é uma questão de escolha, e sim prioridade. Práticas socioambientais deveriam fazer parte de qualquer organização que quer se perpetuar no futuro", frisou.

A estratégia se traduz em números concretos: aproximadamente 44% das novas receitas da empresa já vêm de produtos desenvolvidos com elementos sustentáveis.

Os investimentos totalizam mais de R$ 270 milhões, sendo R$ 44 milhões em gestão ambiental, R$ 15 milhões em pautas sociais e R$ 212 milhões em pesquisa e inovação para redução de impacto e pegada de carbono. 

A seguir, veja o episódio completo no Youtube da EXAME:
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Descarbonização como motor de inovação

A meta de reduzir 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 orienta o desenvolvimento de novos produtos na Randoncorp.

Um exemplo é o "ESYS", sistema que recarrega caminhões em movimento, reduzindo o consumo de combustível. Outro destaque é o Compass, compósito estruturante que diminui o peso dos equipamentos, facilitando o transporte e reduzindo emissões.

"Temos soluções integradas de mobilidade e estamos trabalhando fortemente nos nossos centros de tecnologia com eletromobilidade e descarbonização", destacou Marcos.

Um dos marcos desta jornada foi a inauguração da Caldeira Verde na Frasle Mobility, em Caxias do Sul, maior produtora mundial de materiais de fricção.

Movida a biomassa em substituição ao gás natural, a tecnologia reduz em 60% as emissões da companhia que é controlada Randoncorp desde 1996.

O projeto envolveu um investimento de R$ 17 milhões e utiliza resíduos florestais para prover calor aos processos de aquecimento da fábrica a partir da fonte renovável.

Dentro da cadeia de valor, que representa 93% das emissões totais, a prioridade em 2025 será avançar em reduzir o impacto e colaborar de forma estratégica com fornecedores.

Segundo Marcos, um dos exemplos é a parceria recente com a Gerdau para captura e reaproveitamento do aço, criando um ciclo sustentável "do início ao fim".

Governança integrada, inclusão e diversidade

Uma reestruturação administrativa em 2024 incluiu a criação de duas vice-presidências executivas e o cargo de Chief of People and Culture Officer ocupado de forma pioneira por Marcos.

"Como uma empresa familiar profissionalizada, há inúmeras frentes de governança: conselho, comitê estratégico de pessoas, o comitê de ESG, compliance, todas dando subsídios para tratar das agendas", detalha o executivo.

Em diversidade, os resultados já aparecem. Desde 2021, a meta é duplicar o número de mulheres em cargos de liderança. Em 2024, houve um aumento de 80% da participação feminina, superando a média de representação de 17,8% dos trabalhadores dentro do setor de transporte no país.

Há também o desenvolvimento de programas sociais com um olhar atento aos colaboradores. Um projeto piloto de saúde mental envolveu 1.900 funcionários, com 285 pessoas encaminhadas para acompanhamento personalizado.

"Quando existe um ambiente de segurança psicológica, onde eu posso erguer a mão e dizer 'eu preciso trocar de atividade porque a minha está impactando na minha saúde mental', isso para mim é uma evolução", ressaltou o VP.

Em Caxias do Sul, cidade na serra gaúcha, a sede também se tornou porta de entrada para refugiados. "É um lugar onde eu posso me desenvolver, construir minha família, ter a minha residência", resume o executivo sobre as práticas de inclusão.

Durante as enchentes históricas no Rio Grande do Sul, quando 96% dos municípios foram afetados, o Instituto Elisabetha Randon teve papel central no atendimento emergencial.

Pelo menos 300 colaboradores foram impactados, mas a corporação manteve assistência contínua às famílias e prossegue na reconstrução de infraestrutura, incluindo escolas e pontes.

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