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À frente da plataforma, estão cinco brasileiros com expertise no ecossistema social e ambiental: Ellen Bileski, Flora Bitancourt, Jairo Malta, Marcela Bacchin e Ushi Araújo (Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 23 de junho de 2025 às 16h00.
Última atualização em 23 de junho de 2025 às 16h05.
Como colocar o Sul global no mapa das discussões sobre sustentabilidade? As populações que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, são muitas vezes esquecidas e ao mesmo tempo, terreno fértil para soluções inovadoras.
Rumo a um futuro mais sustentável e justo, um grupo de empreendedores aposta em uma plataforma de impacto voltada a conectar iniciativas locais à redes globais de inovação e financiamento.
Batizado de "South of the Future", o projeto nasceu do incômodo coletivo causado pela ausência de protagonismo dos territórios mais vulneráveis do mundo e será lançado durante a Semana do Clima em Londres, evento que reúne milhares no Reino Unido para debater soluções de combate à crise climática até o dia 29 de junho.
À frente da plataforma, estão cinco brasileiros com expertise no ecossistema social e ambiental: Ellen Bileski, Flora Bitancourt, Jairo Malta, Marcela Bacchin e Ushi Araújo, que irão apresentar oficialmente a ideia para investidores, representantes de organizações internacionais e ativistas sociais na quarta-feira, 25, e buscam captar mais patrocinadores.
Em primeira mão à EXAME, o grupo antecipa que o foco será em criar pontes entre territórios do Sul global e os centros de decisão e capital do Norte, promovendo uma nova lógica de desenvolvimento baseada em equidade, regeneração e inovação local.
"É hora de olhar para o Sul não como periferia do mundo, mas como um centro de inovações", destacou Ushi Araújo, cofundadora e idealizadora da Impactopedia.
Segundo Ellen Bileski, CEO da Ecomunica, o Sul vem sendo tratado como beneficiário por anos, mas nunca como protagonista das soluções. "O South Of the Future nasce para virar essa chave", conta.
A plataforma atuará em três frentes principais: curadoria de iniciativas locais, articulação de redes internacionais de apoio e mobilização de capital para investimento em impacto.
Estão previstos também a realização de encontros regionais e internacionais e a criação de uma base de dados aberta com projetos e empreendedores mapeados.
“Temos um universo de soluções desenvolvidas por comunidades que vivem diariamente os efeitos da crise climática. Elas precisam ser ouvidas, reconhecidas e financiadas”, destacou Flora Bitancourt, cofundadora da iniciativa e líder no Brasil da World Climate Foundation.
Jairo Malta, pesquisador social e curador do Museu das Favelas, complementou que o objetivo é bem maior do que apenas garantir visibilidade, é sobre acesso a recursos, mercados e redes.
"Acreditamos que a transição climática justa passa necessariamente pelo fortalecimento de quem já está criando no território”.
Com atuação em rede, a iniciativa conta com um conselho consultivo composto pelo filósofo Bayo Akomolafe, a empresária Monique Evelle e a pesquisadora Amyris Fernandes e já conta com o patrocínio da CPEA e apoio da Aliança pelo Impacto, Impact Hub, Quintessa e Trê Investimentos.
"O Sul global não é o futuro apenas geograficamente -- e sim porque tem as respostas, a criatividade e a urgência que o mundo precisa agora”, concluiu Marcela Bacchin, líder da Teçá Impacto.